terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O SINCRONICÍDIO – Fábio Shiva


Foi muito difícil separar o amigo do autor, mas vamos lá tentar a imparcialidade....e fechar o ano sem pendências literárias, se é que isso é possível. Ahahah

Já na primeira página podemos sentir que a obra vai se compondo por vários diferenciais...epígrafo, início de capítulo com indicações do I Ching sem cronologia, algo místico no ar....

Intrigada pelos entrelaçamentos inicias fui sendo conduzida a muito mais questionamentos. Aos poucos , cheio de sensualidade  e mistério o autor nos conduz ao final do 1º capítulo, abrindo um leque de possibilidades.
Deliciosamente troca os travessões por aspas e eu nem notei, pois Black Sabbath tocava em meus ouvidos. A demonstração clara da cultura diversa que vamos encontrar na obra fica clara...e Black Sabbath toca!!!!

O narrador vilão ainda anônimo, comanda a construção do anti-herói  e novos mistérios nos conduzem aos novos capítulos, sobre o som agradável da música, da arte, da sensualidade e da crítica, que aliás é lindamente marcada pelos 64 hexagramas do I Ching...um primor!
Parei a leitura para as muitas reflexões que  a obra me conduziu, e ali bem na minha frente ilusória literária....Fábio me sorria!!!

De novo a sensualidade ditando memoráveis observações masculinas sobre as intimidades femininas e fetiches. Citações humanistas iluminam as páginas fazendo de novo eu lembrar do autor.
Uma nova forma de diálogo se abre com as aspas fazendo com que a atenção do leitor redobre. Bem, eu estou muito acostumada com Saramago nas suas quebras de paradigmas. Ahahahah

O autor dita através dos personagens breves críticas políticas, muito pertinentes nos dias de hoje e espelha claramente o seu sonho de conhecimento humano, a partir de novos modelos de evolução e tecnologias, entrelaçados com seres humanos mais ou menos humanos.

Pequenas lições de cromoterapia me fizeram rir...e isso me dizia que meus chakras estavam felizes!!!!
Dostô, Shakespeare, Goethe e Bach se misturam no mistério da obra....que lindooo!!! Minhas conexões terminais vermelhas, nessas alturas do campeonato, já estavam completamente sincronizadas e enraizadas nas páginas e eu já era uma refém do autor.

Fábio ‘quase escondido’ sobre o manto dos personagens vai aos poucos desvendando capítulo após capítulo, além do mistério, uma vasta cultura para o leitor, e para os mais íntimos sua própria imagem, em um jogo de palavras a que estamos acostumados a vê-lo falar. ‘Elementar meu caro leitor....nada acontece por acaso.’ Uhuuuuu

Pretensão minha achar que em muitas passagens existiu um pouco de mim nas lembranças....mas é isso mesmo que acontece com as obras que chamo de chiclete, que algemam a gente pelas páginas e nos fazem nos enxergar pelos parágrafos.  ‘Die Kunst ist Lang; Und Kurtz ist unser Leben.’ Na intimidade que já havia sido criada entre eu e a  obra, eu sei e ela sabe....nada acontece por acaso. É como se eu dissesse ao autor:  o que tu procurou em vários momentos está bem aqui dentro de mim...e eu sei bem como leitora compulsiva que sou,  a diferença entre ler e estar, pois ‘é bem diferente estar dentro do livro.’
E eu continuo acompanhando a trajetória do cavalo, que nessas alturas já estava sobre os comandos dos 64 hexagramas, 64 posições do Kama Sutra, e as 64 casas do tabuleiro de xadrez. A música também está presente pela obra como uma peça viva...lindo!

Assassinos com prática de ioga e alma do autor...não pude conter o sorriso de novo. ahahah
Sobre as luzes de um pequeno abajur, o som dos Beatles, envolta em pura sensualidade  e simples sacanagem a obra vai deixando os ‘50 tons que qualquer coisa’, de boca aberta...babando!
Por muitas passagens eu encontrei a alma do autor, que abusava do direito ao entrelaçamento de assuntos filosóficos, personagens memoráveis, citações magníficas, críticas, música, sexo, vasta cultura e conhecimentos, religião, misticismo, ficção, lirismo e rock and rolll....tudo isso envolto em pura poesia e amor.

Parafraseando o próprio autor...as palavras têm força! Ah Aristóteles com sua poética que amo. E correndo sem trégua pelas criativas e envolventes páginas e páginas, que me faziam cada vez mais refletir sobre o enorme conhecimento misto do seu teor, tive a certeza que...essa obra foi escrita para mim! Ahahah
A vida real é feita de pequenas tragédias, onde dor e prazer estão eternamente ligados. O prazer é apenas a ausência da dor, já dizia Sócrates....o autor estava de novo lendo a minha alma através de Sócrates, Aristóteles, pela Nona de Bethoven e até mesmo Julio Verne. Aff como ele sabe fazer isso bem!

Ali estava Fábio sentado ao meu lado e ao lado de Azimov com sua ciência capaz de prever o futuro, entrelaçando-o na obra com sua psico-história e de novo ele me sorria!
A prostituição das palavras é algo que nos acompanha, isso é fato, mas se um santo segundo o sânscrito é somente aquele cara que ama a Deus e qualquer homem pode ser esse santo...EU CONHEÇO ESSE CARA! Se eu fosse cantar de alegria pelo prazer dessa linda obra, que começo, meio e fim me encantaram, eu apontaria para o autor e diria ‘esse cara é vocêeeee!’. ahahah

Ainda sobre as luzes de tanto conhecimento e reflexão, com o corpo e alma impregnados pelas lindas mensagens que a obra me proporcionou, cheguei ‘infelizmente’ na última folha, onde o prazer e a dor ligados intimamente estavam estampados. Feliz por tudo que li e infeliz por ter acabado...e lá na última página, para minha felicidade vi meu nome nos agradecimentos. Eu estava mesmo dentro da obra...isso não era ficção e por puro impulso levantei a saia e olhei minha bunda no espelho. Vá que tinha alguma moedinha grudada, afinal aprendi com a obra que ‘os limites são aqueles que creditamos ter’ não é mesmo?  ahahah
Te amooo Fábio!


Jai Guru!



9 comentários:

  1. ahhhhhh cara moon, traduzir uma obra nem é tão fácil assim, mas se ver contido nela, estar para ela como ela está pra o mundo é raro. então vivi contigo, através de suas palavras cada passagem e como já havia lido este livro maravilhoso consegui reviver os detalhes. belas palavras para um livro especial.

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    1. a maior riqueza da vida são os amigos!!! valeu demais meu querido!!!

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  2. Minha amiga Lua, não fiquei surpresa ao ler tamanha maravilha.
    Já é sua a marca das grandes resenhas.
    E com maestria você desfilou pelas palavras dessa obra fantástica de Fabio querido.
    Gratidão meus amores.

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    1. Saiu como anônimo,
      Sou eu, Nora Abreu.
      Amo, amo!

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    2. Te amo Norita!!! Muita expectativa para saber o que você vai achar do livro!!!

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  3. Rodolfo
    É difícil mesmo traduzir uma obra....sempre falta muito a dizer mesmo. Cada olhar tem uma percepção, uma emoção...por isso amo as trocas. Aprendo tanto com outros olhares. Mas não era ficção...eu estou nela mesmo, sem moedinha, mas estou e com certeza ela também está em mim. ahahah

    Nora
    Anônima se declarando? ahahah Te amo amiga!

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  4. Vou reagir com a resenha como reagi ao livro: Uau! Você conseguiu pegar bem o espírito do livro, e olha que tem o que tirar dali: ô homem que tem assunto, gente! Uma das coisas que achei mais bacana, aqui e ali rola uma informação, um detalhe que "talvez" não tenham nada com a trama (e ao mesmo tempo tem tudo, "não existem coincidências), que nos faz ver que, quando a pessoa tem conteúdo, isso flui dela com naturalidade. Valeu, Moon.

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    1. Que alegria imensa, Andreia querida!!! Lembro da gente conversando sobre leituras há anos, e que felicidade que esse livro seja o tema da conversa de hoje!!! beijo beijo beijo!!!

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