terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

PARA SEMPRE ANA – Sergio Carmach



Uma história envolvente, contada com muita sensibilidade e elegância. Logo nas primeiras páginas já fica evidente para o leitor que “Para Sempre Ana” reserva muitas e boas surpresas!

Uma das coisas que mais gostei nesse incrível livro do Sergio Carmach foi uma técnica que eu não conhecia, e que o autor utilizou com muita propriedade. Na falta de um termo melhor, decidi batizar essa técnica de “R&R Piano Bar”! Explicando: o Reconhecimento e a Reviravolta são os principais recursos para tornar uma trama interessante, desde que surgiu no mundo a arte de contar histórias. Aristóteles estudou e definiu muito bem esses recursos em sua “Poética”, e de lá para cá o Reconhecimento e a Reviravolta continuam funcionando que é uma beleza!

Mas não custa nada dar uma melhoradinha no que já está bom. Talvez seja essa a medida da originalidade de um autor: o modo como cada um consegue contar uma história de um jeito próprio e único, a partir de elementos comuns a quase todas as histórias. E essa foi, a meu ver, a marca da grande originalidade de Sergio Carmach: a “R&R Piano Bar”!

Pois então. Geralmente o Reconhecimento (quando um ou mais personagens tomam conhecimento de algo novo e importante para a trama) e a Reviravolta (como o próprio nome já diz, uma guinada inesperada nos rumos da história) aparecem cercados de muita fanfarra, muita pompa e circunstância. Pois é tarefas das mais difíceis, para um escritor, ser casual ou  circunspecto com suas “pepitas” (os pontos mais fortes de uma história, as sacações geniais que levam o escritor a querer escrever aquela determinada história, para começo de conversa). Então o usual é que essa dupla tão célebre, Reconhecimento & Reviravolta, apareçam na história com muito destaque, sendo antecedidos por expectativa e seguidos por recordatórios e reflexões.

Mas não é isso o que ocorre em “Para Sempre Ana”. Exibindo um autocontrole invejável de seus talentos, o autor consegue apresentar suas reviravoltas e reconhecimentos de forma bem suave, sutil, às vezes quase imperceptível. Não foram poucas vezes em que o impacto de determinada revelação na trama só foi me atingir algumas páginas depois, como uma bomba de efeito retardado! Isso sim é que é um belo exemplo de autor que usa e abusa da “subtil art of understatement” (frase lapidar de Ed McBain sobre o ofício de escrever que ainda carece de uma precisa tradução)! E daí eu ter batizado esse incrível recurso que aprendi com o Sergio Carmach com o título de “R&R Piano Bar”!

Viva a nossa literatura nacional!

Valorize o escritor brasileiro!



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ANUNNAKI – Mensageiros do Vento






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