Uma
história envolvente, contada com muita sensibilidade e elegância. Logo nas
primeiras páginas já fica evidente para o leitor que “Para Sempre Ana” reserva
muitas e boas surpresas!
Uma
das coisas que mais gostei nesse incrível livro do Sergio Carmach foi uma
técnica que eu não conhecia, e que o autor utilizou com muita propriedade. Na
falta de um termo melhor, decidi batizar essa técnica de “R&R Piano Bar”!
Explicando: o Reconhecimento e a Reviravolta são os principais recursos para
tornar uma trama interessante, desde que surgiu no mundo a arte de contar
histórias. Aristóteles estudou e definiu muito bem esses recursos em sua “Poética”,
e de lá para cá o Reconhecimento e a Reviravolta continuam funcionando que é
uma beleza!
Mas
não custa nada dar uma melhoradinha no que já está bom. Talvez seja essa a
medida da originalidade de um autor: o modo como cada um consegue contar uma
história de um jeito próprio e único, a partir de elementos comuns a quase
todas as histórias. E essa foi, a meu ver, a marca da grande originalidade de
Sergio Carmach: a “R&R Piano Bar”!
Pois
então. Geralmente o Reconhecimento (quando um ou mais personagens tomam
conhecimento de algo novo e importante para a trama) e a Reviravolta (como o
próprio nome já diz, uma guinada inesperada nos rumos da história) aparecem
cercados de muita fanfarra, muita pompa e circunstância. Pois é tarefas das
mais difíceis, para um escritor, ser casual ou
circunspecto com suas “pepitas” (os pontos mais fortes de uma história,
as sacações geniais que levam o escritor a querer escrever aquela determinada
história, para começo de conversa). Então o usual é que essa dupla tão célebre,
Reconhecimento & Reviravolta, apareçam na história com muito destaque,
sendo antecedidos por expectativa e seguidos por recordatórios e reflexões.
Mas
não é isso o que ocorre em “Para Sempre Ana”. Exibindo um autocontrole
invejável de seus talentos, o autor consegue apresentar suas reviravoltas e
reconhecimentos de forma bem suave, sutil, às vezes quase imperceptível. Não
foram poucas vezes em que o impacto de determinada revelação na trama só foi me
atingir algumas páginas depois, como uma bomba de efeito retardado! Isso sim é
que é um belo exemplo de autor que usa e abusa da “subtil art of understatement”
(frase lapidar de Ed McBain sobre o ofício de escrever que ainda carece de uma
precisa tradução)! E daí eu ter batizado esse incrível recurso que aprendi com
o Sergio Carmach com o título de “R&R Piano Bar”!
Viva
a nossa literatura nacional!
Valorize
o escritor brasileiro!
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ANUNNAKI – Mensageiros do Vento
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