quinta-feira, 6 de março de 2014

MEDÉIA – Eurípedes



Bem primeiro tenho que falar um pouco desse impecável autor grego nascido no séc. V  a.C que eu adoro, afinal o que vale é a troca. ahaha Eurípedes foi um poeta dos melhores que já nasceram e como tal trazia em suas tragédias uma longa reflexão sobre a alma humana e sua natureza, principalmente a da mulher. Era tido como homem hostil, porém ficou conhecido como filósofo do teatro por sua reflexão intensa sobre a sociedade e seus entraves. Por declamar sua total admiração as mulheres indefesas, tidas como fracas e inferiores, e sem direitos sociais em Atenas, em prosa, tragédia e verso, Eurípedes quebra as barreiras do mito e firma um novo modo real de olhar história grega marcada por uma sociedade extremamente machista. Marcando a igualdade, o autor vai dando voz aos sentimentos das minorias, criticando a política, a religião, a sociedade fútil e a burguesia. Morreu como todo gênio...desiludido com o homem, solitário e recluso, porém rodeado pela alma dos livros.



Essa linda obra datada de 431 a.C conta a história de uma mulher, que como muitas de nós pelos séculos, deixou tudo por um amor,  sofreu, foi traída e desiludida. Essa parte da história é bem atual. Medéia completamente apaixonada abandona sua vida de realeza, foge com seu amado, usa de violência assassina muitas vezes, (como degolar seu próprio irmão que os persegue e cortar seu corpo em pedaços) e usa feitiçaria para ajudar seu amado a vencer, porém é traída e vê seu amado ir embora nos braços de outra. Medéia furiosa, promete vingança. Sua fúria e sede de vingança chega ao limite de matar os próprios filhos que teve com o amado, como também a amante do ex-marido e seu pai, e jogar sobre o ex-marido traidor uma terrível maldição. 

Eu sofri e chorei com a traída, dolorida, excluída, amargurada, sofrida e triste Medéia e senti ódio da fanática assassina feiticeira. Talvez seja esse mesmo o intuito do autor na obra...confrontar ódio x amor em um mesmo momento, numa luta interior constante.

A obra é permeada com muita ação, reflexões e lutas interiores, como também cercada de um colorido  mitológico lindoooo!!!

Quem tiver curiosidade de ler a linda trama muito bem elaborada e o fantástico final, mas não gosta da linguagem clássica...lê a tradução simplérrima e ímpar de Millôr Fernandes que vão adorar. Essa é a capa da tradução de Millôr.


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