Bem primeiro tenho que falar um pouco desse
impecável autor grego nascido no séc. V
a.C que eu adoro, afinal o que vale é a troca. ahaha Eurípedes foi um
poeta dos melhores que já nasceram e como tal trazia em suas tragédias uma
longa reflexão sobre a alma humana e sua natureza, principalmente a da mulher.
Era tido como homem hostil, porém ficou conhecido como filósofo do teatro por
sua reflexão intensa sobre a sociedade e seus entraves. Por declamar sua total
admiração as mulheres indefesas, tidas como fracas e inferiores, e sem direitos
sociais em Atenas, em prosa, tragédia e verso, Eurípedes quebra as barreiras do
mito e firma um novo modo real de olhar história grega marcada por uma
sociedade extremamente machista. Marcando a igualdade, o autor vai dando voz
aos sentimentos das minorias, criticando a política, a religião, a sociedade
fútil e a burguesia. Morreu como todo gênio...desiludido com o homem, solitário
e recluso, porém rodeado pela alma dos livros.
Essa linda obra datada de 431 a.C conta a
história de uma mulher, que como muitas de nós pelos séculos, deixou tudo por
um amor, sofreu, foi traída e
desiludida. Essa parte da história é bem atual. Medéia completamente
apaixonada abandona sua vida de realeza, foge com seu amado, usa de violência
assassina muitas vezes, (como degolar seu próprio irmão que os persegue e cortar
seu corpo em pedaços) e usa feitiçaria para ajudar seu amado a vencer, porém é
traída e vê seu amado ir embora nos braços de outra. Medéia furiosa, promete
vingança. Sua fúria e sede de vingança chega ao limite de matar os próprios
filhos que teve com o amado, como também a amante do ex-marido e seu pai, e
jogar sobre o ex-marido traidor uma terrível maldição.
Eu sofri e chorei com a traída, dolorida,
excluída, amargurada, sofrida e triste Medéia e senti ódio da fanática
assassina feiticeira. Talvez seja esse mesmo o intuito do autor na obra...confrontar
ódio x amor em um mesmo momento, numa luta interior constante.
A obra é permeada com muita ação, reflexões e
lutas interiores, como também cercada de um colorido mitológico lindoooo!!!
Quem tiver curiosidade de ler a linda trama muito
bem elaborada e o fantástico final, mas não gosta da linguagem clássica...lê a
tradução simplérrima e ímpar de Millôr Fernandes que vão adorar. Essa é a capa da tradução de Millôr.
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