Há
muito tempo queria ler esse livro, principal obra de espionagem de um autor que
aprendi a admirar em outros gêneros, através de clássicos como “É um Campo de
Batalha” e “Um Caso Liquidado” e “O Décimo Homem”. Graham Greene é um autor
sutil, que estrutura o simbolismo de sua história com muita elegância e leveza:
um típico cavalheiro inglês.
Em
“O Fator Humano”, essas qualidades são utilizadas com maestria para compor uma
história envolvente, de muitas nuances. É um thriller diferente, onde a ação
fica em segundo plano justamente para realçar o tema que o autor quer
desenvolver: o fator humano, as relações e emoções humanas em um cenário que
parece expurgar toda humanidade possível. Pode ser uma comparação um tanto
esdrúxula, mas “O Fator Humano” me lembrou um pouco o carisma da série “The
Walking Dead”. No primeiro caso o pano de fundo é a espionagem durante os anos
da Guerra Fria, no segundo é o Apocalipse Zumbi em um futuro próximo. Mas em
ambos o que atrai irresistivelmente é o lado “humano, demasiado humano” da
história.
É
curioso, quando lemos um autor com muita atenção, sentimos como se
conhecêssemos um pouco de sua personalidade. É como se estivéssemos entabulando
um diálogo muito rico com o autor a cada livro dele que lemos. E eu descubro
com muita alegria que a cada vez gosto mais de conversar com Mr. Graham Greene!
***
O
SINCRONICÍDIO
Ao lado de Graham Greene, Flannery O’Connor, Paul Claudel e Walker Percy, o francês Georges Bernanos figura entre os grandes escritores cristãos do século XX, ao ponto de o grande teólogo alemão Hans Urs von Balthasar ter-lhe dedicado um livro inteiro. Sua obra tem sido publicada no Brasil pela É Realizações Editora, e agora sua passagem pelo país é narrada ao público local. O estudo de Sébastien Lapaque “Sob o Sol do Exílio: Georges Bernanos no Brasil (1938-1945)” acaba de ser publicado, trazendo à luz a visita de Bernanos a várias cidade do Rio de Janeiro e Minas Gerais, sua estadia no sítio Cruz das Almas, sua revolta contra a mediocridade dos intelectuais e a ascensão do totalitarismo, sua amizade com pensadores brasileiros e a visita que Stefan Zweig lhe fez à véspera de se suicidar.
ResponderExcluirMatérias na Folha de S. Paulo a propósito do lançamento do livro: http://goo.gl/O8iFve e http://goo.gl/ymS4lL
Para ler algumas páginas de “Sob o Sol do Exílio”: http://goo.gl/6hAEOM
Confira também:
Diálogos das Carmelitas: http://goo.gl/Yy3ir3
Joana, Relapsa e Santa: http://goo.gl/CAzTTk
Um Sonho Ruim: http://goo.gl/Kd091z
Diário de um Pároco de Aldeia: http://goo.gl/ISErLc
Sob o Sol de Satã: http://goo.gl/qo18Uu
Nova História de Mouchette: http://goo.gl/BjXsgm
ANDRÉ GOMES QUIRINO
mkt1@erealizacoes.com.br
(11) 5572-5363 (r. 230)