Essa
não é a primeira resenha que faço de um livro que eu mesmo escrevi, graças a
Deus! E, se Ele quiser, tampouco será a última!
Claro
está que não me cabe falar dos méritos da obra, a não ser dos que não me dizem
respeito, tais como a belíssima e impactante capa feita pelo querido Sergio
Carmach. Se eu visse um livro com uma capa dessas em uma livraria, garanto que
ficaria doidinho para ler! Outro elogio que posso fazer é à impecável e
minuciosa editoração da Verlidelas Editora, que já nasce com o firme
compromisso de publicar qualidade. E também posso louvar o sinistríssimo book
trailer de Fabrício Barretto, que dá o recado em 1 minuto exato:
Book trailer
(YouTube):
Book trailer
(Facebook):
O
que quero contar aqui é um pouco dos bastidores, da “história por trás da
história”: as motivações e intenções que me levaram a escrever este livro. “Favela
Gótica” nasceu de um episódio traumático que tive a oportunidade de
testemunhar, envolvendo uma pequena comunidade de usuários de crack. Saí dessa
experiência com a nítida impressão de que não há muita diferença entre esses
viciados em drogas pesadas e os zumbis dos filmes de terror. E foi exatamente
aí que nasceu a ideia persistente de que no fundo toda a nossa sociedade moderna
é profundamente monstruosa, em todos os níveis. E de que tudo o que chamamos de
civilização não passa de uma fina camada de verniz hipócrita que cobre essa
monstruosidade essencial do mundo que construímos. Uma vez que essa ideia
entrou em minha cabeça, não saiu mais e passou a me assombrar dia e noite. O
jeito de me livrar dela foi escrever este livro.
Por
aí se pode perceber que a crítica social é a tônica da narrativa. Contudo, em
termos de gênero, “Favela Gótica” pode ser considerada uma obra de fantasia ou
mesmo de terror, por envolver personagens monstruosos: zumbis, lobisomens,
endemoniados, vampiros, ogros, múmias e outros seres bestiais. Devido ao tom
futurista/pessimista, também é possível classificar a narrativa como distópica.
E como não poderia deixar de ser, há também elementos de meus gêneros
favoritos: suspense policial e ficção científica. Ou seja, somente cada um
lendo para saber o que achou!
[Qual
é o seu tipo de monstro? Faça o teste e descubra!]
Aqui
eu quis experimentar algumas estruturas bem específicas:
1)
Narrativa no tempo presente.
2)
Duas narrativas paralelas, sendo uma a narrativa principal e a outra, dos “Registros
Akáshicos”, uma espécie de comentário, com a progressiva introdução de uma ação
paralela.
3)
Uso de epígrafes no início de cada capítulo. Para facilitar a questão dos
direitos autorais, utilizei apenas citações que já estão em domínio público. Fiquei
satisfeito com as frases que aparecem no livro, mas por meu gosto teria citado
apenas autores brasileiros.
4)
O título de cada capítulo é também a última frase do capítulo. Essa ideia é uma
adaptação do recurso utilizado por Clarice Lispector em “A Paixão Segundo G.H.”,
que repete a mesma frase no início e no fim dos capítulos.
5)
A narrativa segue uma estrutura que denominei “terceiro agarradinho”: a
narração é na terceira pessoa, mas o narrador abdica de sua onisciência para
seguir exclusivamente as ações do protagonista. Notei esse recurso pela
primeira vez no incrível “O Talentoso Ripley” de Patrícia Highsmith.
6)
Rendo um tributo especial a um de meus autores favoritos, Anthony Burgess, com
citações mais ou menos ocultas a “Laranja Mecânica” e “As Últimas Notícias do Mundo”.
7)
Outra citação que acabou ficando meio escondida é o título do último capítulo: “Quando
nós três nos veremos de novo?”, que foi a maneira como eu traduzi a frase de
abertura de “Macbeth”, minha tragédia favorita de Shakespeare: “When shall we
three meet again?” Contudo fiquei surpreso ao constatar que as edições
brasileiras trazem traduções bem diferentes desse verso, a ponto de tornar a
citação virtualmente invisível!
8)
E é claro que não poderia faltar a autorreferência! Aqui trato de uma de minhas
obsessões, que também aparece em meu primeiro romance, “O Sincronicídio”: o
trítono, intervalo musical também conhecido como diabolus in musica.
9)
O livro é dividido em duas partes: Das Trevas e Para a Luz. Uma curiosidade é
que levei três anos escrevendo a parte Das Trevas, enquanto que a parte Para a
Luz foi toda escrita em exatos 30 dias!
Gratidão
profunda à Musa Melpômene, por me permitir ouvir o seu dorido e plangente
canto! E viva a nossa Literatura Brasileira!
Adquira
o livro “Favela Gótica” no link abaixo:
Bonita postagem! :)
ResponderExcluirBeijo. bom fim de semana.
Gratidão, querida Cidália!
ExcluirFábio!
ResponderExcluirTaõ bom ver mais um livro seu e baseado em fatos que presenciou.
Aguardo o meu chegar para ler, ansiosa.
Sucesso querido!
cheirinhos
Rudy
Oi amada!!!!
ExcluirFico muito feliz e honrado por sua leitura!
Gratidão!!!
Amei seu relato. Essa resenha está mais para um relato. Ler a obra sem essas informações foi interessante. Con elas, melhor ainda. Abraço e sucesso.
ResponderExcluirGratidão imensa por sua Luz somando, querida!!!
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