sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

BELLINI E O LABIRINTO – Tony Bellotto



Ler este livro me fez refletir sobre como tudo na vida é relativo e que tudo depende da referência. Um corpo pode ser considerado parado ou em movimento ao ser comparado a outro cuja velocidade seja a mesma ou diferente da sua. Consideramos algo bom ou ruim sempre em comparação com alguma referência anterior do que seja “bom” ou “ruim”. E também somos muito influenciados em nossos julgamentos pela expectativa que criamos a respeito de cada pequena coisa submetida aos nossos sentidos.

Há alguns anos li “BR 163” do Tony Bellotto e fiquei embasbacado com a qualidade do livro. Confira na resenha:
Gostei tanto que tempos depois li novamente, o que me fez apreciar ainda mais a prosa de Bellotto:

É claro que fiquei com muita vontade de ler os livros com o detetive Bellini, que já renderam inclusive duas adaptações para o cinema (https://youtu.be/7uVLzz0wkAk).


Pois então. Graças ao P.U.L.A. (Passe Um Livro Adiante), esse “Bellini e o Labirinto”, o quarto (e até o momento o último) livro da série, veio parar em minhas felizes mãos. Nem preciso dizer que a leitura foi cercada de grandes expectativas. Se não foi uma completa decepção, contudo, a leitura trouxe um sentimento de insatisfação, de incompletude. Tudo por culpa da comparação com o genial “BR 163”!

Aqui a narrativa é ágil, estruturada em capítulos curtos, que fazem a história fluir com um bom ritmo. Mas não se compara com a batida frenética de “BR 163”, cuja narrativa chega a ser asfixiante de tão seca!

Creio que não gostei sobretudo do personagem Bellini ou, melhor dizendo, da visão de mundo que é passada através dos olhos de Bellini. Não gostei nada mesmo dos laivos de racismo disfarçado de “humor” e “ironia”. A narrativa de Tony Bellotto tem méritos de sobra para prescindir desses recursos.

Mas novamente tenho a sensação de que a leitura de “Bellini e o Labirinto” foi muito prejudicada pela expectativa gerada por “BR 163”. Na obra escrita em 2001, captei a visão de um escritor maduro, capaz de nuances de sensibilidade em meio às amarguras e brutalidades da vida. Já nessa obra mais recente, de 2014, a impressão que tive foi a de um espírito ainda adolescente, embora certamente talentoso, ainda imaturamente apegado a certos valores e preconceitos da “turma”.

Mesmo não gostando tanto, certamente me diverti e, o mais importante, aprendi muito com essa leitura.

E viva a Literatura Brasileira!


\\\***///

O SINCRONICÍDIO – Fabio Shiva
 “E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”
Haverá um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia de Homicídios, está marcado para morrer.
“Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”
Suspense, erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo. Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo (clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações. Um romance de muitas possibilidades.
Leia e descubra porque O Sincronicídio não para de surpreender o leitor.
 
Livro físico:
http://caligoeditora.com/?page_id=98
 
eBook:
https://www.amazon.com.br/dp/B07CBJ9LLX?qid=1522951627&sr=1-1&ref=sr_1_1


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