terça-feira, 19 de março de 2019

ASSASSINATO NA CASA DO PASTOR – Agatha Christie



Como é divertido ler um mistério de Agatha Christie! Sobretudo porque depois de algum tempo eu acabo esquecendo a história, então posso ler outras vezes o mesmo livro, e é como se estivesse lendo pela primeira vez!

Esse “Assassinato na Casa do Pastor” mesmo, li agora pela segunda (ou terceira!) vez, e ainda consegui ser enganado novamente por Agatha!

Acho que os livros policiais clássicos, do tipo “whodunit” (“quem matou?”), dentre os quais as obras de Agatha Christie figuram como os mais primorosos exemplos, funcionam mais como um jogo que propriamente como uma história. Detalhes como caracterização de personagens, cenários etc. são apenas um pano de fundo para a disposição das pistas e despistes para o detetive-leitor. Acho curioso que eu ao menos sempre prefiro os livros policiais onde não consigo descobrir o assassino. Quando consigo descobrir, sempre fico um pouco frustrado com a história. Quando sou ludibriado, porém, que deleite!

Seja como for, uma vez que o mistério é solucionado, a catarse dessa revelação é liberada e o propósito do livro é cumprido. Os detalhes da trama, então, podem confortavelmente se apagar da memória do leitor (ao menos no meu caso), ao contrário do que acontece com outros gêneros de literatura, quando a história parece crescer na mente depois que a leitura é concluída.

É claro que existem exceções: tramas policiais tão magistralmente construídas que ficam marcadas a ferro e fogo na memória. No caso de Agatha Christie, as histórias que nunca esqueci são “O Caso dos Dez Negrinhos”, “A Casa Torta”, “Assassinato no Expresso Oriente” e minha favorita, “O Assassinato de Roger Ackroyd”. Qualquer fã de Agatha sabe muito bem porque essas histórias são inesquecíveis: elas possuem em comum o fato de terem levado até o limite as regras do jogo da detecção policial, chegando ao ponto de subvertê-las. O leitor-jogador é enganado por meio de uma astúcia quase diabólica, mas ao final da leitura tem que admitir que o jogo foi justo: Agatha não trapaceia nunca!

Essa característica de jogo do romance policial clássico me fez adquirir uma bizarra insensibilidade para o fato de serem histórias sobre a morte violenta de seres humanos, geralmente com fria premeditação e motivos torpes. Percebi isso recentemente, ao resenhar “O Mistério do Trem Azul”, outra obra de Agatha, e receber alguns comentários de pessoas que acharam esse livro triste. Isso me fez notar o quanto eu não via os personagens de Agatha como retratos de seres humanos, mas meros bonecos dispostos em um tabuleiro: Coronel Mostarda com o candelabro na biblioteca.

Especificamente sobre “Assassinato na Casa do Pastor”, essa obra tem o mérito de ser a primeira história de Miss Marple, originalmente publicada em 1930. Uma frase em especial chamou minha atenção: “Não há coisa tão desumana quanto a máscara do criado perfeito.”

E viva Agatha Christie!




\\\***///
O SINCRONICÍDIO – Fabio Shiva
 “E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”
Haverá um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia de Homicídios, está marcado para morrer.
“Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”
Suspense, erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo. Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo (clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações. Um romance de muitas possibilidades.
Leia e descubra porque O Sincronicídio não para de surpreender o leitor.
 
Livro físico:
http://caligoeditora.com/?page_id=98
 
eBook:

https://www.amazon.com.br/dp/B07CBJ9LLX?qid=1522951627&sr=1-1&ref=sr_1_1

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