quinta-feira, 7 de março de 2019

NUDEZ MORTAL – J. D. Robb (Nora Roberts)



Logo quando tomei conhecimento dessa série “Mortal”, escrita por J. D. Robb (pseudônimo de Nora Roberts, que por sua vez é pseudônimo de Eleanor Marie Robertson), minha primeira reação foi de repulsa. Aquela lista enorme de títulos (parece que já ultrapassam quarenta), todos com a mesma palavra “Mortal” (“Nudez Mortal”, “Glória Mortal”, “Fama Mortal”, “Êxtase Mortal” etc.) me dava a impressão justamente de algo produzido em série, em uma linha de montagem.

Contudo recentemente esse exemplar de “Nudez Mortal” (que descobri agora ser o primeiro da série) veio parar em minhas mãos, graças ao P.U.L.A. (Passe Um Livro Adiante), no momento em que decidi ler alguns livros “Best-Seller”, como estudo. Fiquei mais interessado nessa leitura em particular ao descobrir que a série segue o gênero “romance policial futurístico”, o que despertou minha curiosidade. E comecei a ler.

O tal “romance policial futurístico” é exatamente isso: uma história policial ambientada no futuro. Achei interessante o recurso de descrever as tecnologias do futuro inseridas em um cotidiano onde as máquinas dão defeito ou simplesmente não funcionam. Esse recurso ajudaria a dar mais realismo e credibilidade à parte ficção científica, se não fosse utilizado com muita frequência pela autora.

A narrativa é bem leve, com predomínio de diálogos. A trama é extremamente clichê (serial killer que mata prostitutas e deixa recadinhos para a polícia etc.), adornada com os tais elementos futuristas (como por exemplo os crimes serem cometidos por armas de fogo, que na época da narrativa seriam relíquias de museu, pois teriam sido banidas há muitos anos). Intercalada com a trama de mistério, um incipiente romance entre a protagonista Eve Dallas e o lindo e charmoso milionário Roarke.

Isso tudo eu meio que já estava esperando. O que me surpreendeu foi encontrar certas passagens no livro como essas que destaco:

1) Ao ser informada que a primeira vítima (uma prostituta) foi morta na cama, Eve Dallas dispara:
“- Parece poético, já que ficar na cama era a sua finalidade.” (pág. 12)

2) Um homossexual é descrito de forma irônica e chamado de “espantalho elaboradamente vestido”. (pág. 20)

3) Eve pergunta a um suspeito/paquera se ele gosta de ópera, e o sujeito responde:
“- Detesto. Dá para imaginar algo mais chato do que uma mulher gorda e peituda berrando em alemão por metade da noite?” (pág. 40)

4) Cena de sexo entre uma prostituta (a próxima vítima) e o assassino misterioso. O homem agride a mulher, e ela tem esse pensamento:
“Não lhe importava se ele a estava machucando ou não. Ela se vendera para ele.”

Vou tentar dizer com cuidado o que essas passagens e o climão do livro como um todo me sugeriram. Em minha opinião os livros de J. D. Robb são escritos visando um público bastante específico, formado principalmente de mulheres (mas não excluindo homens) com opiniões bastante conservadoras a respeito de moralidade e sexo, e que se sentem intimidadas por obras de arte ou da chamada “alta cultura”. Ao chegar a essa conclusão, fiquei curioso para ver como a questão racial seria tratada. Mas não aparece nenhum personagem negro até a página 77 – que foi quando eu decidi que a vida é muito curta para gastar em livros como esse.

Fiquei com a impressão de que o olhar da autora, na contracapa do livro, é de profundo desdém e escárnio por seu fiel público leitor.



\\\***///

O SINCRONICÍDIO – Fabio Shiva
 “E foi assim que descobri que a inocência é como a esperança. Sempre resta um pouco mais para se perder.”
Haverá um desígnio oculto por trás da horrenda série de assassinatos que abala a cidade de Rio Santo? Apenas um homem em toda a força policial poderia reconhecer as conexões entre os diversos crimes e elucidar o mistério do Sincronicídio. Por esse motivo é que o inspetor Alberto Teixeira, da Delegacia de Homicídios, está marcado para morrer.
“Era para sermos centelhas divinas. Mas escolhemos abraçar a escuridão.”
Suspense, erotismo e filosofia em uma trama instigante que desafia o leitor a cada passo. Uma história contada de forma extremamente inovadora, como um Passeio do Cavalo (clássico problema de xadrez) pelos 64 hexagramas do I Ching, o Livro das Mutações. Um romance de muitas possibilidades.
Leia e descubra porque O Sincronicídio não para de surpreender o leitor.
 
Livro físico:
http://caligoeditora.com/?page_id=98
 
eBook:

https://www.amazon.com.br/dp/B07CBJ9LLX?qid=1522951627&sr=1-1&ref=sr_1_1

2 comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...