sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

A MORTE COMO ACONTECIMENTO SEMIÓTICO: A PERSPECTIVA SIMBÓLICA DA BANDA DE HEAVY METAL IMAGO MORTIS - Bruno Pael dos Santos


Essa impressionante dissertação de mestrado de Bruno Pael foi um fator determinante para que o livro “DIÁRIO DE UM IMAGO: contos e causos de uma banda underground” (https://www.amazon.com.br/dp/B07Z5CBTQ3) fosse finalmente escrito, após anos de procrastinação. Afinal, se a ópera rock “VIDA: The Play of Change”, da banda Imago Mortis, havia merecido ser objeto de um estudo tão profundo e embasado, certamente a história da própria banda, com todas as suas bizarras estripulias, também merecia ser contada.

A dissertação de Bruno Pael foi defendida em 2018 na Universidade Federal da Grande Dourados (MS). Tive a grande honra e alegria de poder colaborar com algumas informações sobre o processo de composição das músicas do “VIDA” enquanto Bruno escrevia seu trabalho. Depois ele teve a gentileza de me enviar o texto final, apresentado em um robusto volume de 158 páginas. Li com enlevo e admiração as considerações teóricas que fundamentam o estudo, na primeira metade. A segunda metade, dedicada à análise das letras do “VIDA”, me encheu de um sentimento para o qual ainda não encontrei um nome, por ter sido a primeira vez que o experimentei. Não é todo dia que a letra do rock que você escreveu anos atrás vira tema de uma dissertação de mestrado!

Só posso dizer que foi muito incrível ir acompanhando Bruno em sua investigação, enquanto ele ia decifrando mensagens que nós, na época da composição do “VIDA”, acreditávamos sinceramente que nunca ninguém iria descobrir. E foi igualmente fascinante ler interpretações totalmente inéditas feitas por Bruno, conferindo novos e brilhantes significados que eu nunca havia imaginado.

Algumas reflexões me marcaram bastante, como por exemplo:

“Se tivéssemos, durante a vida, a percepção da morte de uma maneira que não fosse tão aversiva, se não fosse construído em nós tanto temor e horror sobre ela e sim a ideia de sua naturalidade, talvez tivéssemos sonhos mais simples e desejássemos coisas mais fáceis de serem atingidas. Talvez apreciássemos mais as pequenas conquistas que realizamos durante a vida e não precisássemos de recursos como negação nem sentiríamos raiva desse destino tão certo que é morrer.”

O texto encerra com uma bela reflexão feita a partir de um texto de  Medard Boss:

“Boss nos apresenta a possibilidade de que, a grande angústia, o grande medo em relação à morte, não seja imediatamente a aniquilação. O maior temor parece ser o de ser aniquilado sem que a vida tenha tido significado. A dor não provém da inexistência do self que a morte parece prometer, mas sim da sensação de que o vazio existencial não seja preenchido antes que se encerre o que nós pensamos ser nosso ‘eu’.”

Gratidão à Vida por me ter permitido vivenciar essa leitura!


A dissertação está parcialmente disponível no link abaixo:
http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/1857


\\\***///


A IMAGEM DA MORTE EM LIVRO E MÚSICA INÉDITA
Um livro contando a história do Imago Mortis motivou a reunião da formação original da banda, que gravou uma nova música após vinte anos de separação. “DIÁRIO DE UM IMAGO: contos e causos de uma banda underground”, de Fabio Shiva, apresenta a banda de heavy metal Imago Mortis sob uma ótica inusitada, com direito a muitas situações bizarras e episódios hilariantes.
O livro, que não se restringe aos fãs de rock pesado, faz também um apanhado das intensas transformações tecnológicas e sociais ocorridas no mundo ao longo das últimas duas décadas. Recentemente lançado na Amazon, “DIÁRIO DE UM IMAGO” está concorrendo ao Prêmio Kindle. Confira no link:


O autor, Fabio Shiva (baixo), foi um dos fundadores da banda na década de 1990. Para ajudá-lo a desencavar as histórias mais engraçadas da banda, os antigos membros Fabrício Barretto (guitarra), Alex Guimarães (teclados), Flavio Duarte (bateria) e Tufi Sami (vocais) se reuniram em um grupo no WhatsApp, junto com a manager Janna Souza e com o atual vocalista do Imago, Alex Voorhees.
O que ninguém esperava foi que desse encontro saísse uma nova música do Imago Mortis, gravada com cada músico em seu canto: Fabrício e Fabio na Bahia, Tufi e Duarte no Rio de Janeiro, Alex Voorhees no Rio Grande do Sul e Alex Guimarães no Caribe. Um exemplo mais do que adequado para as mudanças mencionadas no livro, que começa contando as aventuras da banda para gravar uma fita cassete.
A música, “O Mistério da Vida”, pode ser conferida no link:



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...