segunda-feira, 10 de agosto de 2020

TANTO TEMPO DIRIGINDO SEM NINGUÉM NO RETROVISOR – Fabio Shiva


 

Recebi esse livro em um sonho. Literalmente: sonhei que alguém me passava às mãos um volume, dizendo: “Esse livro foi publicado durante a era Bolsonaro”. Ao olhar para a capa do livro, li o título colossal (engana-se quem afirma que não podemos ler nada nos sonhos). E acordei, imbuído da missão de transformar o sonho em realidade.

 

Estávamos em janeiro de 2020, após um ano do desgoverno bolsonarista. Foi um ano em que me vali bastante da Literatura para manter a sanidade física e mental. Quando via uma notícia especialmente repulsiva, colocava a minha indignação em forma de versos, em algum venenoso poema, como forma de me livrar daqueles fluidos nocivos. E quando a raiva era grande demais para caber em um poema, eu escrevia um conto. Então, ao cabo de doze meses já possuía uma quantidade suficiente de contos para acreditar na viabilidade do livro – além de uma ampla variedade de poesia tóxica!

 

Restava o desafio de ligar o conceito dos “Contos da Era Bolsonaro” ao exótico título recebido em sonho. E que acabou se transformando em uma das histórias mais interessantes e diferentes que tive a oportunidade de escrever: uma espécie de suspense epistolar, que teve seu mote inspirado no clássico “Mistério de Marie Rogêt”, de Allan Poe, no sentido de que se trata de uma história de ficção com a ambição de desvendar um crime verídico.

 

O livro segue com “A espera”, conto que também me chegou em forma de sonho no dia 20/06/19, a exatamente um mês da Data Limite (https://youtu.be/4JxukHvGVzE). Achei muito sugestiva a ideia de uma cidade tomada por urubus, que não fazem nada, apenas se limitam a nos observar, aguardando... Hoje não posso deixar de ver alguma correlação com o momento que vivemos na pandemia.

 

Seguem-se “O ódio que veio do espaço”, “A arma” e “Notícias da democracia”, três histórias de cunho humorístico que escrevi no decorrer de 2019 para desopilar o fígado de tantas insanidades cometidas por Bolsonaro e seus seguidores. Já “Verdade e Consequência” foi escrita bem antes, em 2016, e aborda de forma cômica uma “epidemia de sinceridade”, explorando as consequências que surgiriam caso a humanidade se tornasse incapaz de mentir. O presidente que aparece no conto, cujo nome não é mencionado, se denunciará como Michel Temer pelo modo de falar, para leitores mais atentos. Acabei incluindo no livro por entender que o golpe que colocou Temer como presidente e a eleição de Bolsonaro são etapas subsequentes de um mesmo e criminoso processo.

 

O conto “A redescoberta do Brasil” também nasceu de um sonho, mas dessa vez foi o querido irmão Axel Guedes quem sonhou e teve a generosidade de compartilhar o sonho comigo, para que eu transformasse em história. E o livro encerra com “Acima de todos”, que disputa com o conto de abertura o prêmio de história mais esquisita que tive a oportunidade de escrever – até hoje. Uma vez que o livro todo fala de alguém que considero o pior de todos os brasileiros, nada mais justo que o protagonista do último conto fosse aquele que em minha opinião é o melhor dos brasileiros: Chico Xavier. Uma história passada no Nosso Lar, onde Chico explica o plano da espiritualidade ao fazer de Jair Messias Bolsonaro o monstruoso presidente do Brasil. Imagine o tamanho da bizarrice! Claro que me diverti muito escrevendo essa história.

 

Sobre esse livro, resta dizer que senti uma compulsão irresistível a publicá-lo o quanto antes, sem a menor demora. E foi assim que o livro saiu em pleno carnaval 2020, graças à parceria inestimável da querida Bia Machado e de sua amada Caligo Editora. Hoje vejo o quanto foi uma intuição valiosa: logo em seguida o Brasil e o mundo entraram em um novo e definitivo capítulo de sua história, com a pandemia do Covid-19. E Bolsonaro extrapolou além de toda capacidade imaginativa sua missão de ser o pior presidente de todos os tempos. Se eu não tivesse publicado esse livro, estaria até agora acorrentado a esse inglório papel de cronista do absurdo. Dou-me por satisfeito em relatar apenas o primeiro ano dessa tamanha insanidade.

 

O livro está disponível gratuitamente no link abaixo:

https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/6871467

 

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Contos da Era Bolsonaro - baixe o livro gratuitamente:

https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/6871467

 

Foi disponibilizado gratuitamente nas plataformas digitais o livro “TANTO TEMPO DIRIGINDO SEM NINGUÉM NO RETROVISOR: Contos da Era Bolsonaro”, de Fabio Shiva. Lançado pela Caligo Editora, o livro impresso pode ser adquirido na Amazon a R$20 (https://www.amazon.com/dp/B0851LYQVG), enquanto a versão para Kindle fica por R$ 4,35:

https://www.amazon.com.br/dp/B085185THH

 

Mas o livro também está disponível para leitura online no Wattpad:

https://www.wattpad.com/story/214825358-tanto-tempo-dirigindo-sem-ningu%C3%A9m-no-retrovisor

 

Quem preferir fazer o download gratuito do PDF, pode acessar o Recanto das Letras:

https://www.recantodasletras.com.br/e-livros/6871467

 

Os contos do livro nascem de uma perplexidade comum a milhões de brasileiros: como é que Bolsonaro foi eleito? Como é possível que, depois de tantos absurdos, ainda tenhamos parentes e amigos apoiando fanaticamente o governo? O que aconteceu com essas pessoas? O que aconteceu com o Brasil?

 

Para lidar com os horrores do obscurantismo que assola o país, precisamos mais do que nunca das luzes da Arte. E é assim que a Literatura Fantástica surge como uma resposta lúdica e inesperada diante de mesquinhas realidades.

 

Nas oito histórias aqui reunidas, Fabio Shiva explora os pontos cardeais desse grande enigma brasileiro:

 

* Será que o bolsonarismo surgiu de uma epidemia cósmica? - “O ódio que veio do espaço”

* Ou será tudo parte de um audacioso plano traçado na espiritualidade? - “Acima de todos”

* Será que isso implica no fim do mundo como o conhecemos? - “A espera”

* Como será o futuro dominado pelas Fake News? - “Notícias da Democracia”

* E o que aconteceria se ninguém mais pudesse mentir? - “Verdade e Consequência”

 

Que essas e outras incômodas perguntas aqui apresentadas possam fortalecer os leitores em seu processo de resistência vital contra o culto generalizado da morte: a morte da natureza, a morte da educação e da cultura, a morte da diversidade, do respeito e de tudo o que nos faz ter orgulho de sermos brasileiros. Contra as trevas da ignorância, salve a nossa Literatura!

 

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