Já ditei por aqui meu amor pelas obras gregas...esse
ateniense nascido no séc. IV a.C que viveu em prol das minorias, da verdade, da
ética e da solidariedade é um verdadeiro enigma bibliográfico. Não se sabe ao
certo muito de sua vida, e o que contam é apenas suposições visionadas pelo
viés de sua linguagem culta, inteligente e crítica. Escreveu 40 peças
carregadas de longas e agressivas críticas sátiras, sociais e políticas. Eu já
resenhei ‘A Nuvem’ e amei...
Essa obra foi apresentada pela primeira vez em 421
a.C em Atenas, e conta a história um lavrador de uvas, que resolve ir ao céu e
questionar os deuses o por que do sofrimento do povo da Grécia com as guerras
sem trégua. Encontra somente um deus resolvido a responder o questionamento,
mostrando uma guerra vigorosa com a paz prisioneira em uma caverna. Disposto a
libertar a prisioneira paz, o lavrador junta muitos trabalhadores rurais e os
muitos que sofrem com a guerra, e depois de muita luta libertam a prisioneira,
trazendo a alegria e abundância de volta. Apenas os que vendem armamentos de
guerra não se alegram, pois visionam com
o fato a ruína.
É clara na obra a crítica social, política e
religiosa do autor, ao abordar o tema guerra, sofrimento do povo, deuses
cruéis, elite egoísta e capitalista. Adorei o anti-herói protagonista...homem
simples combatendo deuses e aristocracia, o contra ponto crítico entre Guerra x
Paz, a sua visão de que juntos até as minorias conseguem vencer grandes e
intransponíveis obstáculos e a longa apologia a paz da natureza...
Eu acredito que Aristófanes era um adepto ao
modelo políade, onde deveria existir um equilíbrio entre o pobre rural e o rico
urbano, por seu viés solidário, defensor da paz e das minorias rurais, tendo
muito cuidado em alertar o povo em relação as armadilhas urbanas, mas isso é
contrariado em algumas bibliografias críticas.
Amei a obra e recomendo!
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