quarta-feira, 15 de maio de 2013

A PAZ – Aristófanes





Já ditei por aqui meu amor pelas obras gregas...esse ateniense nascido no séc. IV a.C que viveu em prol das minorias, da verdade, da ética e da solidariedade é um verdadeiro enigma bibliográfico. Não se sabe ao certo muito de sua vida, e o que contam é apenas suposições visionadas pelo viés de sua linguagem culta, inteligente e crítica. Escreveu 40 peças carregadas de longas e agressivas críticas sátiras, sociais e políticas. Eu já resenhei ‘A Nuvem’ e amei...

Essa obra foi apresentada pela primeira vez em 421 a.C em Atenas, e conta a história um lavrador de uvas, que resolve ir ao céu e questionar os deuses o por que do sofrimento do povo da Grécia com as guerras sem trégua. Encontra somente um deus resolvido a responder o questionamento, mostrando uma guerra vigorosa com a paz prisioneira em uma caverna. Disposto a libertar a prisioneira paz, o lavrador junta muitos trabalhadores rurais e os muitos que sofrem com a guerra, e depois de muita luta libertam a prisioneira, trazendo a alegria e abundância de volta. Apenas os que vendem armamentos de guerra  não se alegram, pois visionam com o fato a ruína.

É clara na obra a crítica social, política e religiosa do autor, ao abordar o tema guerra, sofrimento do povo, deuses cruéis, elite egoísta e capitalista. Adorei o anti-herói protagonista...homem simples combatendo deuses e aristocracia, o contra ponto crítico entre Guerra x Paz, a sua visão de que juntos até as minorias conseguem vencer grandes e intransponíveis obstáculos e a longa apologia a paz da natureza...
Eu acredito que Aristófanes era um adepto ao modelo políade, onde deveria existir um equilíbrio entre o pobre rural e o rico urbano, por seu viés solidário, defensor da paz e das minorias rurais, tendo muito cuidado em alertar o povo em relação as armadilhas urbanas, mas isso é contrariado em algumas bibliografias críticas.
Amei a obra e recomendo!



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