Eu adoro esse autor do séc. IV, que escreve com a alma.
Essa linda obra revela os dramas da sociedade machista ateniense
do séc. V a.C, criticando bravamente o papel submisso, reclusa e inerte, a
visão cuidadora doméstica e inferior das mulheres nessa sociedade, que eram
impossibilitadas de participação política ou qualquer direito.
O autor se utiliza para dar o seu recado, de um grupo de
mulheres como protagonistas, que disfarçadas de homens conseguem aprovar na
Assembléia, um projeto de lei onde as mulheres tomam o poder, lutando em prol
de uma sociedade mais igualitária. Porém, acorrentadas ainda a um passado machista
autoritário e desigual, acabam cometendo os mesmo erros de abuso de autoridade
e poder, e com excessos de retórica sofista realizam uma revolução política,
porém esquecem a tão buscada revolução humana. Constata-se que apesar da vitória da guerra
feminina, elas ainda continuam prisioneiras, e eternas escravas enraizadas a um passado desigual e machista.
Bem... é explícita a crítica violenta social e política
da comédia. O autor brinca com primor com as corrupções, descasos políticos em
relação a população, leis por conveniência política, abusos de poder, desigualdade
entre sexos no processo político, desigualdades sociais, e seu ódio pelos
sofistas com suas retóricas de persuasão.
A obra traz frases incríveis como essa que eu adoreiiii :
“Todas as leis, quando bem examinadas, parecem
ter sido feitas por bêbedos bem perto da demência!”.
Bem....eu
na minha humilde opinião acredito que esse problema vai continuar milenarmente,
dado que os avanços que contamos dão grandes retrocessos, pois há uma
divergência enorme entre liberdade e libertinagem colocando barreiras para essa
libertação de fato e de direito.
Amei
a obra e acho que deveria ser lida por todos...pois quem sabe não conseguimos
libertar algumas almas atormentadas e
prisioneiras. Ahahah
Eu
recomendooooo!!
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