Bahá’u’lláh
foi o nome adotado pelo iraniano Mírzá Husayn-'Alí (1817-1892) ao proclamar ser
o Mensageiro Divino anunciado nas profecias e ao fundar a Fé Bahá'í. “As
Palavras Ocultas”, escrito em 1858, foi descrito pelo autor como contendo os
versos revelados a Fátima, filha do fundador do Islã Maomé, pelo Espírito Santo
personificado no Arcanjo Gabriel.
O
livro é dividido em duas partes, Árabe (com 71 versos) e Persa (82 versos), dentre
os quais reproduzo o verso 44 do Persa, que me marcou especialmente:
“Ó
COMPANHEIRO DE MEU TRONO!
Nenhum mal
deves tu ouvir, nem ver; não te rebaixes, nem suspires, nem chores. Nenhum mal
deves falar, para que não o ouças falado a ti; nem aumentes as faltas alheias,
a fim de que as tuas próprias não se afigurem grandes. Não desejes a humilhação
de ninguém, para que não se torne evidente a tua própria humilhação. Vive, pois,
os dias de tua vida, os quais são menos de um momento fugaz, mantendo sem
mancha a tua mente, imaculado teu coração, puros teus pensamentos e santificada
tua natureza, de modo que, livre e contente, possas abandonar essa forma
mortal, recolher-te ao paraíso místico e habitar, para todo o sempre, no reino
eterno.”
Tais
ensinamentos, como praticamente tudo o que li nessa bela obra, poderiam perfeitamente
ter sido pronunciados (com pequenas diferenças de linguagem) por Jesus, Krishna
ou Buda. É muito reconfortante e inspirador confirmar, vez após outra, que
todas as religiões foram fundadas sobre as mesmas verdades essenciais. Perceber
a unidade fundamental por trás das diferenças superficiais é trilhar de fato o
caminho ensinado pelos grandes mestres. Toda briga em nome de Deus nasce apenas
da cegueira do ego, e só pode conduzir ao sofrimento e à ignorância.
Essa
percepção de que todas as religiões falam do mesmo e único Deus, cada uma a seu
modo, deveria ser como um farol a guiar o caminho na interpretação das
escrituras de todas as religiões. Confio que será assim que as pessoas
estudarão os textos sagrados, em um futuro não muito distante. Essa abordagem plural
pode nos livrar de grandes perigos.
Por
exemplo, se consideramos o Verso 45 (e os dois seguintes) da parte Árabe, sem
fazer uma referência cruzada a outras escrituras, podemos ser levados a interpretações
radicalmente opostas:
“Ó FILHO DO
SER!
Busca a
morte de mártir em Minha senda, satisfeito com Meu prazer e grato por aquilo
que Eu ordeno, para que Comigo possas repousar, sob o dossel da majestade,
atrás do tabernáculo da glória.”
Uma
interpretação literal desse verso pode levar a grandes erros. Contudo
consideremos uma famosa fala de Jesus: “Pois quem quiser salvar a sua vida, a
perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa, este a salvará.” (Lucas
9:24, e também Mateus 16:25 e Marcos 8:35). Aí teremos condições de interpretar
sob nova e auspiciosa luz o conceito do Jihad, a “Guerra Santa”, que deveria
ser travada no interior de cada homem (exatamente como a guerra descrita no Mahabharata
hindu), entre seu lado egóico e seu lado divino. E não, de modo algum, uma
guerra entre “fiéis e infiéis”. Seria um Deus muito pequeno alguém que
desejasse que os homens se matassem (ou mesmo se ofendessem) em Seu nome.
Detalhe:
por grande sincronicidade, li esse livro logo após assistir à excelente série “Messiah”
(https://www.netflix.com/br/title/80117557) no Netflix.
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MANIFESTO – Mensageiros do
Vento
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5823590
Um
experimento literário realizado com muita autenticidade e ousadia. A ideia é
apresentar um diálogo contínuo, não de diversos personagens entre si, mas entre
as diversas vozes de um coral e o leitor. Seguir a pista do fluxo da
consciência e levá-la a um surpreendente ritmo da consciência. A meta desse
livro é gerar ondas, movimento e transformação na cabeça do leitor. Clarice Lispector,
Ferreira Gullar, James Joyce e Virginia Woolf, entre outros, são grandes
influências. Por demonstrarem que a literatura pode ser vista como uma caixa
fechada, e que um dos papéis mais essenciais do escritor é, de dentro da caixa,
testar os limites das paredes... Agora imagine esse livro escrito por uma banda
de rock! É o que encontramos no livro MANIFESTO – Mensageiros do Vento,
disponível aqui. Leia e descubra por si mesmo!
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5823590
Fantástico texto! Adorei ler!
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Candura e entusiasmo de andar em liberdade
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Beijos. Bom Domingo!
Gratidão, querida! Bjs!
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