Existem livros que lemos e ao final nos sentimos leves, prontos para um passeio no parque. Outros que nos ficam impressos na retina e na memória a ferro, de tal maneira que nos faz questionar sobre a verdade e o objetivo de nossa existência, isso acontece quando leio Hermann Hesse, por exemplo.
Ganhei “Em nome do pai” de presente de meu filho caçula, que conhece minha paixão pelos livros e com a parca mesadinha que lhe dou me presenteou com este. Confesso que fiquei emocionado com o gesto, mas num primeiro momento o livro não me chamou a atenção em nada e ficou dormindo em minha biblioteca por um bom tempo.
Num certo momento me senti na obrigação de lê-lo, já que era um presente e meu filho vivia me perguntando se eu havia gostado do livro. Quanta ingenuidade a minha, quanto tempo perdido. Este livro é de 2003 e para mim deveria entrar na categoria “clássicos”, desses de ser debatido em universidades, principalmente nas escolas de psicologia. Como diria o jornalista Gilberto Mansur, na orelha do livro, é um “conviteao orgasmo literário”.
O escritor Pedro Cavalcanti nos conta a história do médico Hans, que tem uma tremenda empatia, um elo de ligação mais intenso, com as crianças do Solar dos Jacarandás. Isso causa conflito com todos os pais do residencial, que se sentem enciumados e começam a rejeitá-lo.Existe um grande segredo que faz com que estas crianças adorem Hans e, pior, de uma hora para outra ele se vê privado do contato com todas, que são a alegria do viver deste médico.
Hans é solitário, vive para a profissão e principalmente para as crianças, o que fazer sem elas? O que existe de real e o que é efetivamente fruto de uma mente descontrolada nesta história? O mistério faz com que a gente devore rapidamente este livro. O final dele faz com que coloquemos na balança quais os valores seriam mais importantes: a “verdade” ou a “felicidade”? Escolha você também, leia este livro. Definitivamente imperdível!
Nenhum comentário:
Postar um comentário