TRILOGIA MILLENNIUM - Stieg Larsson

Na literatura policial atual, é muito difícil encontrar alguém que já não tenha ao menos visto/ouvido falar nessa série de livros escrita pelo Sueco Stieg Larsson. Difícil, mas não impossível. Por isso hoje eu quero escrever um pouco sobre a Trilogia Millennium. Abaixo, agruparei resenhas que fiz já há algum tempo desses três livros: 1) Os Homens Que Não Amavam as Mulheres; 2) A Menina Que Brincava com Fogo e; 3) A Rainha do Castelo de Ar. O que posso desejar a quem leia as resenhas, é que aguçe sua curiosidade e embarque nessa emocionante narrativa.

OS HOMENS QUE NÃO AMAVAM AS MULHERES

Ficha Técnica:

Titulo Original: Män som hatar kvinnor

Tradução: Paulo Neves

Editora: Companhia das Letras

Páginas: 522

Ano: 2005

ISBN: 978-85-359-1324-8

Mikael Blomkvist é um jornalista que acaba de ser condenado a 3 meses de prisão por difamação a um poderoso industrial.

Lisbeth Salander é uma garota problema. Inteligente na arte da informática, mas anti-social para as demais opções do mundo.

Juntos, esses dois parceiros nada provavéis se unirão para identificar um assassino do passado.

Contratado por Henrik Vanger, um industrial aposentado que vê seu império comandado por familiares mais jovens em decadência, ele aceita cavar o misterioso caso de Herriet Vanger, a sobrinha do milionário que desapareceu num belo dia de 1966 sem deixar nenhum vestígio e escrever uma crônica sobre a família Vanger. Em troca, ele obtém de Henrik Vanger duas propostas: salvar sua revista Millennium que está afundando cada vez mais depois de ter sido condenado na justiça, e entregar o poderoso Wennerström, aquele ao qual Mikael difamou na sua revista, numa bandeja de prata.

Mikael não sabe, mas vai achar muito mais do que uma simples história de podridão familiar. E ele mal sabe que está mexendo muito com os segredos de uma pessoa que não quer que esse segredo seja desvendado.

Além de romance, podemos achar como pano de fundo a violência contra a mulher, o abuso de poder, a corrupção nas mais altas classes da Suécia, entre outras coisas que prometem apimentar ainda mais o enredo do livro.

Com estilo clássico, o típico e famoso ‘whodunnit’, Stieg Larsson não está preocupado em criar um novo tipo de literatura criminal, ele simplesmente utiliza de tudo que já conhece para deixar a trama o mais interessante possível. E, claro, consegue. Tanto que foi agraciado com o Prêmio Chave de Vidro para melhor romance criminal pela Academia Sueca de Ficção Criminal, em 2006 e chegou a ser o 2º escritor mais vendido, atrás somente de Khaled Hosseini, no ano de 2008. 

"Se todas as familias têm esqueletos no armário, o clã Vanger parece dispor de um cemitério inteiro". – Trecho tirado do livro.

 A MENINA QUE BRINCAVA COM FOGO

Ficha Técnica:

Titulo Original: Flickan som lekte med elden

Tradução: Dorothée de Bruchard

Editora: Companhia das Letras

Páginas: 607                     

Ano: 2006

ISBN: 978-85-359-1422-1

O segundo livro desta trilogia apresenta nada mais, nada menos que ela, Lisbeth Salander. E não é como uma mocinha.

Quando Mikael está prestes a publicar a maior matéria de todos os tempos sobre o tráfico de mulheres na Suécia, um acontecimento muda o rumo de seus pensamentos: Dag Svensson e sua esposa, Mia Bergman, autores da fatídica reportagem, são assassinados em casa, e a principal suspeita da polícia é Lisbeth Salander.

Após se tornar uma fugitiva, Lisbeth precisa correr atrás de salvar a própria pele a fim de provar sua inocência. E pra isso, ela vai contar, mesmo que contra a vontade, com Mikael, afinal, ele sabe que Lisbeth não seria capaz de tamanha atrocidade. Não com pessoas inocentes, como seus dois amigos.

A trama então se embrenha num mundo de nomes misteriosos, caçadas alucinantes e confrontos inimagináveis, onde cada um luta por seus próprios interesses.

Esse livro é realmente sensacional! Após sua brilhante estréia, Stieg Larsson segue no mesmo ritmo (ou ainda mais intenso) e dá um presente aos aficcionados do romance policial, como eu.

Fico imaginando como será que ele se sentiria se tivesse vivido pra ver a febre que seus livros se tornaram...

A RAINHA DO CASTELO DE AR

Ficha Técnica:

Título Original: Luftslottett som sprängdes

Tradução: Dorothée de Bruchard

Editora: Companhia das Letras

Páginas: 685

Ano: 2007

ISBN: 978-85-359-1520-4

O 3º livro da trilogia Millennium se faz como uma continuação do 2º volume. Agora, Mikael BlomKvist terá de travar uma batalha ainda maior, para livrar Lisbeth Salander do hospital psiquiátrico. Pois nessa história não está só a questão de Lisbeth ser ou não apta ao convívio em sociedade, tem coisas que grandes lideres da Säpo (a polícia de segurança da Suécia), não querem que venham à tona, como por exemplo, a história de um espião soviético que pediu auxilio na Suécia e foi prontamente encoberto por esses funcionários, servindo como o trunfo contra as forças inimigas da Russia em uma época distante.

Mas o leitor deve estar se perguntando: o que Lisbeth Salander tem a ver com isso? Eu respondo: não posso dizer, porque é spoiler. Mas é certo que muitas ações e maiores surpresas estão por vir, nessa investigação que, ao contrário do fatídico ano de 1991, quando Lisbeth era apenas uma menina indefesa, conta com um time de grandes amigos que Lisbeth conquistou ao longo de sua trajetória: Mikael, a irmã de Mikael e advogada Annika Giannini, seu ex-chefe Dragan Armanskij e até o inspetor Jan Bublanski, que vai contra ordens de seu superior, Richard Ekstron, um promotor carreirista que se deixará levar pelos “motivos” da Seção, o grupo que se criou na Säpo para defender o espião russo em 1976, e fará de tudo para trancafiar Lisbeth e ganhar uma bela promoção.

Esses são apenas alguns dos ingredientes de mais esse sucesso. A Rainha do Castelo de Ar é o livro para fechar com chave de ouro uma trilogia tão bem iniciada (com o volume 1), tão bem continuada (com o volume 2) e agora tão bem finalizada.

Os Três livros transformados em filme

Como era de se esperar, inclusive pelo sucesso que foi em papel, essas histórias foram levadas ao cinema e, apesar de ser uma produção sueca (país de origem do escritor e seus livros), é bem fiél ao seu original.

É uma pena que, no Brasil, só foi lançado o 1º filme... mas nos sites por aí a fora, é fácil encontrar um legendado, ao menos.

Sobre o autor:

Stieg Larsson (Skelleftehamn, Suécia, 15 de agosto de 1954 - 9 de novembro de 2004)  foi um jornalista e escritor sueco.

Em 2004, aos cinquenta anos, pouco após entregar aos seus editores os manuscritos da Trilogia Millennium, morreu vítima de um ataque cardíaco. Tragicamente, não viveu para assistir ao fenômeno mundial em que a sua obra se tornou.