Tomei contato com a literatura do bruxo Moore, através dos quadrinhos, mais propriamente "Watchmen", o divisor de águas da HQ direcionada ao público adulto. Foi amor à primeira lida. Enquadramentos perfeitos, falas exatas, enredo envolvente, sério, cheio de reflexões, muita amargura e desencanto.
Seu romance não difere muito. Apesar da complexidade da narrativa, que afasta o leitor logo no início do livro, vale à pena insistir, a resistência compensa. O livro tem a audácia de narrar várias histórias, com núcleos restritos como se fossem contos, em períodos históricos diferentes, ambientados no mesmo local - Northampton, cidade natal do bruxo - e que por isso mesmo se entrelaçam.
Seu começo é um pouco árido, pois ele conta a história de um garoto abandonado por sua tribo quando da morte de sua mãe. Porém, a história se passa no ano 4000 antes de Cristo. Para representar o pensamento do rapaz, Moore criou uma linguagem primitiva (afinal de contas não existia linguagem propriamente dita) para a comunicação e isso foi espetacular. Vale a pena lê-lo, o livro é uma aula de narrativa, com personagens fixos que se repetem em outros contos, com conclusões que passam de um conto a outro permeando o livro todo.
E para completar leia a entrevista: http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,
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