terça-feira, 7 de junho de 2011
O homem do castelo alto - Philip K. Dick
Vencedor do Prêmio Hugo de Ficção Científica em 1962, este livro há muito atiçava a minha curiosidade. Obra comparada a “O Aleph” de Borges, tornou-se para mim de leitura obrigatória.
Já havia visto e lido Blade Runner, que adorei e também assistido a O Vingador do Futuro, que passava bem por uma boa sessão com pipocas. A orelha do livro já revelava o poderia ser um dos enredos mais criativos que li: “A Segunda Guerra Mundial foi vencida pelo eixo Alemanha, Japão e Itália. O continente africano foi praticamente aniquilado e os negros escravizados. Os judeus também se encontram seriamente ameaçados de extermínio. Porém, numa completa inversão de valores, uma mulher, por meio da leitura de um livro clandestino, vislumbra um mundo onde os nazistas perderam e Hitler está morto”.
Em minha modesta opinião isso só poderia ser sucesso. A obra de Dick e em especial esta é fonte de Matrix e Lost, com sua pergunta crucial: “O que é realidade?” Portanto antecipa estas que são sucesso, não pode-se negar. Mas, infelizmente, ela não conseguiu mexer comigo. O começo se mostrou arrastado e assim fui levando a leitura e não o contrário.
O livro me parece ter apenas uma visão lateral, muitas vezes perdendo o foco, divagando em uma filosofia junguiana, sem objetividade, sem ganchos, apenas um clímax simples, parece mais um conto esticado. Me peguei procurando filosofia, para acompanhar o raciocínio, tentado apreciar a obra por outro ângulo. Me atrevi a enxergar uma pequena célula do que poderíamos tomar como o início da pirataria. Ou ainda pitadas de religião e seu pecado original, onde todos já nascemos condenados, destino pré-determinado.
Há no final do livro um estudo sintético da obra e vida de Dick, feito pelo competente tradutor Fábio Fernandes, em que o autor se define desta maneira:
“Sou um filósofo que faz ficção, não um romancista; minha capacidade de escrever histórias e romances é empregada como um meio para formular minha percepção. O núcleo de minha escrita não é arte, mas a verdade. Logo, o que digo é a verdade, e não posso fazer nada para aliviá-la, nem por atitude nem por explicação”.
Caso eu já tivesse lido isso haveria de ter me poupado muitos dos dissabores que encontrei. Talvez tivesse lido a obra com uma outra visão, sei lá. Na maioria das vezes me parece que o autor está dopado. Certa vez vi na Internet uma HQ feita por Robert Crumb intitulada “A experiência religiosa de Philip K.Dick”, que narra um fenômeno acontecido com Dick e que o mesmo afirma ser real, sendo que após esta manifestação originou-se um dom e o mesmo passou a sentir o mundo de uma outra forma, teve uma visão de que a realidade em que vivemos é falsa, apenas uma casca. Esta HQ deve estar por aí, procurem-na e quem achar o link posta pra gente. A conclusão de tudo deixo a cargo de vocês!
Por fim descobri um livro cheio de referências, em que não se conclui nada, não existem soluções. Apenas para fãs arrebatados do obra de Dick ou de psicologia.
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