Por Elenilson Nascimento
Nesse segundo capítulo de "Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século", organizado por Ítalo Moriconi, a consagração do Movimento Modernista nos anos 40 e 50 e os seus autores que “entraram para os manuais escolares e para os cânones acadêmicos como escritores modelares do século”, mas novamente achei desnecessário ter que repetir nomes de autores só porque são famosos. “Em torno da primeira metade do século, nossos escritores estão mais maduros. Escrevem numa língua que também amadureceu, está mais uniforme e representativa daquela usada no cotidiano pelos brasileiros educados, de qualquer lugar do país. O passado rural começa a desaparecer efetivamente, tornando-se objeto mais de nostalgia do que de rejeição”.
Duvido muito que a produção literária desse período tenha se resumido somente nesses nomes. Por que, então, os “negociantes de livros” continuam investindo nessas antologias e em autores estrangeiros? São bons de venda ou são favorecidos pelo “monopólio das editoras transnacionais”, que estão comprando ou "alugando" tudo no Brasil e preferem lançar edições em 50 ou 100 países, o que facilita a venda? O mais curioso nessa seleção é que alguns dos autores escolhidos não chegaram a praticar a arte do conto com tanta assiduidade e relevância que dedicaram ao romance ou à poesia, como o próprio organizador da antologia escreveu na introdução. Mas então porque eles foram escolhidos?
Os livros de autores como Machado de Assis ou Guimarães Rosa são até hoje objetos de estudos e fonte de inspiração para inúmeros trabalhos televisivos e cinematográficos. Mas cadê os outros? Cadê Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto, e outros? Para Moriconi: “As relações afetivas passam a constituir a verdadeira utopia do brasileiro, e também exibem seu lado difícil. Descompassos na família. Saudades. Lirismos. Na época da consagração definitiva do movimento modernista, predominam na literatura o romance, a crônica e a poesia, mas a amostra apresentada nesta seção revela que alguns dos mais belos clássicos do conto brasileiro moderno foram publicados nesse período”.
+ Clique aqui e leia a continuação da Part 2 da resenha – Anos 40/50 (Modernos, maduros, líricos).
>>> Visite o LITERATURA CLANDESTINA e o COMENDO LIVROS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário