Encantamento é uma palavra que definiria bem meu estado de espírito após a leitura de A guerra das Sombras (Novo Século, 424 páginas). Quero deixar bem claro que se eu tivesse a capacidade de escrever um livro, provavelmente eu o faria bem próximo ao estilo de Jorge Tavares, por isso me identifiquei logo de cara. Digo isso porque aprecio um português bem acabado, sem erros, no capricho. Podem me chamar de antiquado, mas a língua, quando bem falada, é sinal de status, tem um peso diferente.
Num primeiro momento fui resistente a esta obra, parecia-me mais um livro de fantasia, capa e espada, etc, nada que já não tenha sido esmiuçado à exaustão em obras maravilhosas como “O senhor dos anéis”, “Crônicas de Nárnia” ou “Crônicas do gelo e do fogo”. Como eu estava enganado.
O livro narra duas histórias paralelas, uma acontecendo no plano físico em que o personagem Rairom Guenor, “o escolhido”, precisa superar inúmeros obstáculos em sua vida, com a ajuda de seu irmão Tairom e de sua amiga Lisian, a quem caberá despertar- lhe o amor;
“...Como pode os passos do escolhido ser mais rápidos do que os de sua raça se em tais passos está o selo do destino de ambos?...”
e outra no plano metafísico, em que forças sobre-humanas se digladiam. O confronto de um estará intimamente ligado ao do outro, gerando consequências nem sempre amenas, embaralhando destino e acaso.
“O destino , ao contrário do que pensam alguns, é apenas uma estrada traçada. O indivíduo a segue ou não. Ninguém é obrigado a seguir seu destino, o qual nem sempre é fácil ou livre de riscos. Aqueles que fogem dele, porém, ouçam o que eu digo: ai de vocês que sofrerão terrivelmente durante sua existência, magoados consigo mesmos...”
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http://www.literaturadecabeca.com.br/2011/09/resenha-busca-pela-redencao.html
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