sábado, 12 de novembro de 2011

DOM CASMURRO – Machado de Assis


Capitu traiu ou não traiu Bentinho?

Esta é, certamente, a mais famosa polêmica da literatura brasileira. Se a bela Capitu dos “olhos de ressaca” traiu ou não, só mesmo lendo esta magnífica obra para saber. Ou, melhor dizendo, para opinar e tomar parte no célebre debate.

Menos importante que a resposta, porém, é o mergulho neste que é um dos mais bem acabados exemplos do universo machadiano. A fina ironia que permeia a descrição dos costumes da época e da personalidade humana, a pena ferina e docemente perversa que destrói sem clemência as ilusões de grandeza do homem a respeito de si mesmo. Machado de Assis foi um profundo conhecedor da natureza humana, sem dúvida. Mas não é exagero afirmar que sua visão tendia para o pessimismo.

Na transformação de Bentinho no Dom Casmurro podemos vislumbrar a transição literária vivenciada pelo próprio Machado, também um homem de seu tempo: do romantismo de suas primeiras obras para o realismo que o imortalizou. As ingênuas esperanças amorosas de Bentinho, assim, acabaram sucumbindo, vitimadas pela mais sórdida realidade.

Dom Casmurro, em resumo, não é um livro recomendável para corações apaixonados!

Um comentário:

  1. Obra-prima.
    Particularmente, acho que Capitu não traiu Bentinho... primeiro: não confio naquela mente perturbada de Bentinho (o livro é narrado por ele, na primeira pessoa), então... segundo: acho que realmente Capitu amou Bentinho (isso é incontestável) daquele jeito dela... enfim.

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