sábado, 28 de janeiro de 2012

DESPEDIDA EM LAS VEGAS – John O’Brien


Uma poesia ácida e pungente emana das páginas desse livro...

Sera, a prostituta, faz tudo o que pode para continuar viva. Ben, o alcóolatra, esforça-se para morrer o mais rápido possível. No encontro dos dois, uma tocante e inesquecível história de amor.

Há muita veracidade no texto de O’Brien. Não há espaço para sentimentalismos, só para a crua e nua exposição dos fatos mais sórdidos... e é aí que o autor alcança a sua rude poesia, escrita com gotas de sêmen e vodca...

Há um estranho fascínio no conceito da nostalgia da lama... Penso que os seres alquebrados, arrastados pelo giro mais baixo da roda da vida, de alguma forma estão ligados aos santos, que buscam elevar-se para além da roda... Afinal, um círculo não tem começo nem fim.

“Despedida em Las Vegas” foi o primeiro e possivelmente o único romance concluído por John O’Brien. Ele matou-se com um tiro de espingarda duas semanas depois de saber que seu livro seria transformado em filme.
 

3 comentários:

  1. olá, esse livro parece muuuito legal mesmo! Parabéns pelo blog... Eu também tenho um blog sobre livros... http://exercitesuamente. blogspot.com
    Dá uma passadinha lá!

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  2. Eu assisti apenas ao filme, achei que ele fala de perdas (material, espiritual)abandono de uma maneira que choca, as cenas são muito fortes, fiquei muito mal quando assisti a este filme.

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  3. Uma semana depois...
    Esse livro me fez pensar muito, abriu caminhos para poderosos insights!
    Ter assistido "Cisne Negro" ajudou muito! Ainda mais emendado com "O Sétimo Selo"!!!
    Essa coisa dos pólos opostos e tal... dualidade, essas coisas...
    Enxergar a beleza de John O'Brien me fez ver com olhos renovados a beleza de Kafka!
    E então (ó sublime descoberta) iluminar um pouco mais da sombra e da feiúra em mim mesmo.
    Eu sempre esnobava Kafka, por achar sua visão adolescente diante de Hesse.
    Mas adolescente também é gente, também precisa ter suas "belas feridas" revolvidas na magia da literatura!
    É o que torna "O Apanhador no Campo de Centeio" tão irresistível para muitas pessoas.
    O que me fez escancarar ainda mais a boca de admiração diante dos russos, especialmente Dostoieviski, capaz de apanhar no mesmo livro o giro mais alto e o mais baixo da roda! Preciso, preciso muito reler "Imãos Karamazov"!!!

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