sábado, 4 de fevereiro de 2012

ENTREVISTA COM A ATRIZ E POETA ELIANE SILVESTRE

“Minha poesia vem de uma sensação que foge da minha vontade. Ela vem de forma muito irracional. Minha poesia é uma avalanche que tem que correr morro abaixo.” (E.S.)

Numa entrevista exclusiva à também poeta, editora e produtora cultural baiana Miriam de Salles Oliveira, a sempre simpática atriz e poeta Eliane Silvestre, do Distrito Federal, falou um pouco sobre a sua infância, as influências na sua formação poética, a sensação de poder publicar num país de analfabetos, o mercador editorial, lutas e vitórias, internet, planos para o futuro, Elenilson e o LITERATURA CLANDESTINA. Confira abaixo o trecho sobre a sua participação no livro “Poemas de Mil Compassos” (2009):
“Antes do Projeto Literatura Clandestina, do “Poemas de Mil Compassos”, ter aparecido na minha vida, eu ainda engatinhava na vontade de desengavetar poemas guardados durante anos. (...) E aí lá estava eu com a minha porção escritora adormecida pelas lágrimas, quando conheci o Projeto Literatura Clandestina, pelas mãos do amigo das antigas, o ator Fernando Diamantino (agradeço por isto). Ele orientou-me a enviar uns três poemas para o idealizador do projeto, Elenilson Nascimento, que estava prestes a lançar a 3ª. edição de coletânea (com escritores desconhecidos do grande público vindos de todas as regiões do país) chamada “Poemas de Mil Compassos”. Elenilson selecionou o “Entre a Vida e a Morte” e assim também começou esta amizade linda que só tenho a agradecer diante do até exagero de incentivo que recebo. Eu havia participado sim de alguns concursos literários com êxito, mas a primeira crítica (linda!) a um poema meu veio do próprio Elenilson, com meu polêmico “Amor de Pica”. Assisto diariamente na net a expressão verdadeira do ser humano Elenilson, que assume publicamente suas ideias doam a quem doerem. Sei do seu olhar bastante seletivo, crítico ao extremo e, às vezes, me pergunto por que toquei seu coração? Tudo que faço seja no teatro, na literatura, no que for, ele está ali para divulgar para me dar força. Ele tem uma sensibilidade gritante que coloca lindamente na literatura e que, no campo jornalístico, cutuca a sociedade na sua hipocrisia e aponta o que sob a sua visão seria mais justo. Divergimos politicamente, mas isto nunca abalou o querer bem que tenho por ele e que ele tem por mim. Há momentos nos quais sua forma dura de se referir a pessoas chega a me dar raiva dele. Mas supero e separo, porque sei que ele é vasto demais para eu olhar só para um pedacinho, principalmente porque em outros tantos pedacinhos encontro alguém que escreveu "Canção para a minha cólera" e tantos outros poemas e textos riquíssimos que nos fazem sonhar, refletir e encontro também um escritor generoso que sublima sua revolta, na árdua batalha pessoal para viver de literatura, formando um grande mutirão de escritores de talento, mas ainda desconhecidos. Agradeço a ele não só por mim, mas por tantos artistas brasileiros que embora não estejam na grande mídia, estão aí se expressando através da arte e ele não deixa passar em branco.”
fonte: Poemas de Mil Compassos

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