terça-feira, 17 de abril de 2012

JÚPITER À VENDA – Isaac Asimov


Mais uma coletânea de contos de ficção científica do bom doutor, um dos autores mais prolíficos de todos os tempos, sob qualquer parâmetro. Basta dizer, como ele mesmo cita nesse livro, que em uma determinada época, logo após um divórcio, quando Asimov estava com medo de não conseguir mais escrever, durante um período de 57 meses, ele publicou... 57 livros!!! Isso é que eu chamo de uma crise criativa bem administrada!

“Compre Júpiter” (“Buy Jupiter” no original) traz histórias que foram publicadas em diversas revistas e antologias durante o período de 1950 a 1973. Por essa época Asimov estava voltado principalmente para seus livros de não-ficção, textos de divulgação científica a respeito dos mais variados assuntos. Os contos foram escritos como um ‘refresco’ para o trabalho principal que absorvia o bom doutor nessa época, embora ele faça questão de enfatizar que não vê nenhuma diferença entre suas histórias de ficção e os textos científicos.

Mas é perceptível uma diferença de qualidade, se comparamos com sua produção em outras ocasiões. Ou talvez essa diferença deva-se ao fato de Asimov ter colocado seus contos melhores em outras coletâneas, e o que ‘sobrou’ ter parado nesse “Compre Júpiter”. As histórias não são tão envolventes quanto em outras coletâneas, e algumas são até mesmo um pouco bobinhas, sem grandes compromissos.

Ainda assim, é possível encontrar os velhos rasgos de genialidade. Gostei principalmente de “Uma Estátua Para Papai” (“A Statue For Father”), onde uma pesquisa sobre viagem no tempo leva a uma descoberta surpreendente e extremamente valorizada pela humanidade. Um petisco de ironia! Outra muito boa é “Light Verse” (preferi não traduzir, pois traz um jogo de palavras entre “verso leve” e “verso de luz”), que encerra a coletânea e que Asimov levou apenas duas horas para escrever.

O melhor do livro são os comentários que o autor faz a respeito de cada história, contando as circunstâncias em que foi escrita e também abordando várias questões  sobre  o processo da escrita. Um deleite, como sempre!

Não é um livro que eu indicaria para quem ainda não conhece Asimov, mas para os fãs, a diversão é certa!

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