Só a sincronicidade explica eu ter pego esse livro logo em seguida a “Crime e Castigo” de Dostoiévski. Pois nada no título ou na sóbria capa da coleção ‘Literatura Brasileira Contemporânea’ me levaria a supor que “A Madona de Cedro” é uma fina alegoria sobre pecado e culpa, expiação e salvação, penitência e redenção. Ou seja, tudo a ver com “Crime e Castigo”!
Para culminar, “A Madona de Cedro” é também, de certa forma, uma narrativa policial, o que suscita um cuidado extra nos comentários, a fim de não prejudicar a leitura de ninguém. Basta dizer que a trama gira em torno do roubo de uma imagem religiosa ocorrido durante a semana santa na cidade de Congonhas, Minas Gerais.
A tradição católica permeia toda a obra e é retratada com muita sensibilidade pelo autor. Tudo no texto, aliás, fala de uma grande sensibilidade. A história chega de mansinho, como quem não tem grandes pretensões, vai fisgando o interesse, cresce em suspense, chega a um ponto eletrizante e não decepciona nem um pouco no apogeu. A obra de um mestre da narrativa, sem dúvida!
“A Madona de Cedro” foi o segundo romance escrito por Antônio Callado. Em seguida a esse veio “Quarup”, sua obra mais conhecida. Mesmo sem ter lido, já tenho certeza de que a sua fama não foi à toa.
Viva Antônio Callado!!!
Viva a literatura brasileira!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário