Há muitos anos ganhei no meu aniversário um livro chamado Parábolas
de um escritor que eu desconhecia. Mas quem me presenteou sabia o que estava
fazendo. Nessa época eu era um ser em reflexão 24 horas por dia. Simplesmente amei o livro e tanto, que foi meu livro de
cabeceira por anos a fio. Ainda hoje é o que mais releio, não na íntegra, mas,
algumas parábolas e frases que nele estão. Uma ou outra até sei de cor... :)
As parábolas apresentadas nesse livro foram tiradas de nove outros títulos, escritos por Gibran (cinco escritos em árabe e quatro em inglês) e vejam o que é dito na Dedicatória do livro:
“É célebre a predileção do oriental pela imagem como meio de expressão, sob forma de comparação, símile, alegoria, parábola, metáfora, hipérbole, analogia, fábula. Entre todas essas formas, a mais difícil de criar, é a parábola”.
E Gibran as criou de forma ímpar!
Uma palhinha pra vocês de algumas parábolas desse livro:
O OLHO
Um dia, disse o Olho: “Vejo, além destes vales, uma montanha
velada pela cerração azul. Não é bela?”
O Ouvido pôs-se à escuta e, depois de ter escutado
atentamente durante algum tempo, disse: “Mas onde há qualquer montanha? Não a
ouço.”
Então a Mão falou: “Estou tentando em vão senti-la ou
tocá-la, e não encontro montanha alguma.”
E o Nariz disse: “Não há montanha alguma. Não sinto o
cheiro.”
Então o Olho voltou-se para outra parte, e todos começaram a
conversar sobre a estranha alucinação do Olho. E diziam: “Há qualquer coisa
errada com o Olho.”
A PÉROLA
Disse uma ostra a uma ostra vizinha: “Sinto grande dor
dentro de mim. É algo pesado e redondo, que me deixa deprimida.”
A outra ostra respondeu com altiva condescendência:
“Benditos sejam o céu e o mar, não sinto quanto a mim dor alguma. Estou boa e
sã por fora e por dentro.”
Nesse momento, um caranguejo passava por lá e ouviu as duas
ostras, e disse à ostra que estava boa e sã por fora e por dentro: “Sim, estás
boa e sã; mas a dor que tua vizinha tem é uma pérola de excessiva beleza.”
DISSE UMA FOLHA DE PAPEL BRANCO
Disse uma folha de papel branco: "Pura fui criada e
pura permanecerei para sempre. antes ser queimada e convertida em brancas
cinzas, do que suportar que a negrura me toque ou o sujo chegue junto de
mim."
O Tinteiro ouviu o que a folha de papel dizia, e riu-se em
seu escuro coração; mas não ousou aproximar-se dela. E os lápis multicoloridos
ouviram-na também, e nunca se aproximaram dela.
E a folha de papel, branca como a neve, permaneceu pura e
casta para sempre - pura e casta, e vazia.
O livro traz também muitas frases, eis algumas:
- Muitas doutrinas são como a vidraça da janela. Vemos
através dela, mas ela nos separa da verdade.
- A piedade não é mais do que meia justiça.
- Disse um filósofo a um varredor de ruas: ‘Tenho pena de ti.
Teu trabalho é duro e sujo.’E o varredor de ruas disse: ‘Obrigado, senhor. Mas diga-me,
qual é o seu trabalho?’
E o filósofo respondeu, dizendo: ‘Estudo a mente do homem,
seus feitos e seus desejos.’
Então o varredor de ruas recomeçou a varrer, dizendo com um
sorriso: ‘Tenho pena do senhor, também.’
Gibran Khalil Gibran é o nome de batismo, quando foi morar em Nova York passou a usar a forma reduzida desse nome: Khalil Gibran. Libanês, nascido em 6 de janeiro de 1883 teve uma vida curta, faleceu aos 48 anos, em abril de 1931. Além de escritor foi ensaísta, conferencista, filósofo, prosador, poeta e pintor. Seus livros mais famosos são O Profeta e Asas Partidas. Seus livros são publicados em diversos países.
Uma leitura que, com certeza, vale a pena!
bj da angel ;)
Procuro o texto de gibarn que ele fala sobre a dia da paixão de cristo , se alguém tiver por favor me mande eu adoraria reler .
ResponderExcluirmeu Email:contatosociallegal@hotmail.com
me chamo ALEXANDRE santos
muito obrigado amigos
https://filonescio.wordpress.com/2011/04/21/jesus-crucificado-gibran-khalil-gibran/
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