terça-feira, 5 de junho de 2012

PIRATAS DOS ASTERÓIDES – Isaac Asimov



Uma entusiasmante aventura juvenil de ficção científica! O segundo episódio da série “Ranger Espacial” me pareceu bem melhor que o primeiro. Acho que aqui Asimov aprimorou a mistura inicial de faroeste com ficção científica, e o ingrediente da aventura passou a ser o tempero principal.

Dessa vez David Starr, mais conhecido como Lucky Starr (algo como “estrela da sorte”), se vê às voltas com os piratas que infestam o cinturão de asteróides. Há indícios de que os perigosos piratas estejam alinhados com o Sistema Sirius, o maior inimigo da Terra.

Para enfrentar inimigos tão sinistros, nada como a valentia intrépida de um típico herói caubói espacial que enfrenta mil perigos sozinho, ou quase. Ele às vezes conta com a ajuda de um típico leal amigo e ajudante cômico, no caso o tampinha marciano Bigman (“grandão”), o que torna a luta quase uma covardia, pois aí já são dois contra o mundo!

Asimov foi malandro em repetir o maior êxito do primeiro episódio, que foi a cena do duelo em condições pra lá de bizarras. Dessa vez, o confronto acontece em pleno espaço, com o mocinho e o vilão duelando em trajes espaciais e usando como arma uma tal de “push gun” (algo que eu traduziria como “pistola de propulsão”).

Além da aventura, há também um interessante impulso didático, mais evidente nessa obra voltada para o público jovem. Valeu por uma aula sobre o sistema solar como um todo e sobre o cinturão de asteróides em particular. Creio que o valor didático da obra, no entanto, dificilmente permaneça o mesmo, pois o livro foi escrito em 1953 e de lá pra cá muita coisa nova foi descoberta.

Aí entra o lado do leitor “connoisseur”, a rara diversão de ler uma história do futuro escrita no passado, comparando o quanto o futuro distante já ficou ultrapassado pelo incessante presente... Alegria de poucos, só porque não é mais conhecida... Eu não esqueço uma cena do seriado “Jornada nas Estrelas” original onde o Spock tenta apagar um incêndio no console da nave de uma forma tão deliciosamente anacrônica...

Não aparece em vão essa referência a “Jornada nas Estrelas”, pois aqui está a chave para a diversão maior em ler “Piratas dos Asteróides” (“Pirates of the Asteroids” no original) a essa altura do campeonato: é exatamente a mesma coisa que assistir a um seriado de aventura e ficção científica da tevê de antigamente, como “Túnel do Tempo”, “Terra de Gigantes” e, é claro, “Perdidos no Espaço”.

Quem gosta, ama!

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