quinta-feira, 26 de julho de 2012

Resenha de Annástria e O príncipe dos Deuses - trilogia Annástria vol.01 de Selène D'Aquitaine


Annástria e O príncipe dos Deuses é uma narrativa fantástica e início de uma saga intrincada e inteligente, cujo os pontos fortes são a leveza do texto e a leitura prazerosa.

Annástria e o Príncipe dos Deuses de Selène D'Aquitaine
Annástria e o Príncipe dos Deuses
Sinopse
Annástria é uma das dimensões mais evoluídas entre as sete principais, governada pela Deusa Memória e pelo Deus Zolum. Reza uma profecia que o filho primogênito dos Grandes Deuses, Rorek, estava destinado a trair sua família, unindo-se a deusa das Trevas, Satine. Annástria começa a se afogar nas Trevas, porém, de acordo com a profecia, o filho de Strauss, Rei de Annastria, é a única pessoa que pode salvar Annastria e restaurar o equilíbrio entre as dimensões. Ele era um anjo, porém Rorek corta as suas penas. As penas são espalhadas por várias dimensões. Para salvar Annástria, Darin precisa recuperar todas as suas penas antes que Satine o faça. Ele vai contar com a ajuda de Impar, uma feiticeira que de alguma forma misteriosa está especialmente ligada a ele.


A escrita
Annástria e O Príncipe dos Deuses é o primeiro volume da série e o terceiro livro da autora Selène D'Aquitaine. Desde o início nota-se uma grande evolução na forma como a narrativa é montada em comparação ao lançamento anterior. Os diálogos são bem mais completos, as cenas bem montadas, a percepção cronológica é perfeita e o mais importante, o texto é um deleite, tanto pelas características citadas, quanto pela leveza nas palavras. Com isso, temos as características necessárias para a percepção e entendimento de um enredo cujo a premissa pode parecer vaga em um primeiro momento, até perceber o quanto as páginas adiante agregam cada vez mais sentido à opção de montar uma trilogia e não contar a mesma estória em apenas um título

As primeiras cenas tratam do dia-a-dia de Darin, um dos protagonistas que ignora sua condição e papel no destino de Annástria. Devido á sua ignorância quase completa dos fatos que envolvem sua concepção e de tudo que o faz diferente de outras pessoas, o leitor se reconhece facilmente, o que leva a um desenrolar que culmina em situações de tensão desde o início, quando tais responsabilidade e consequências são abordadas. Com isso a estória que até então vinha sendo contada de maneira simples, ganha ares de guerra iminente, e o pobre Darin agora precisa confiar em pessoas estranhas, além de ganhar inimigos na qual nem sabia da existência. O que eu quero dizer com isso é que a narrativa se abre como um leque, começando com elementos pequenos e poucos personagens, mas que logo ganha cores e complexidade - impossível não começar a torcer. 


Viajando por Annástria
A ambientação segue o mesmo padrão da narrativa,  em se tratando de uma trilogia, Annástria traz todo o aparato necessário para encaixar a quantidade de personagens que participam e influenciam na condução da trama como um todo. Cada dimensão é diferente, não apenas geograficamente, pois não se trata tão somente de criaturas diferentes como era de se esperar, mas sim de uma visão diferente do mundo, em cada dimensão, as criaturas pensam de maneira particular, o que causa embaraços e complicações aos protagonistas. Com isso, tem-se um  livro repleto de informações sobre objetos, espécies, locais, magia e política. Mas por conta da supracitada leveza na escrita, nada disso sobrecarrega a leitura com descrições pesadas e que poderiam soar como desnecessárias. Eu pessoalmente acredito em descrições precisas, mas isso claramente não se encaixa aqui, a trama é rápida e há um forte teor pessoal nas atitudes dos personagens mesmo se tratando de uma narrativa em terceira pessoa. O antagonismo entre os lados bom e mal são evidentes, e os personagens trazem características marcantes e são fiéis à sua índole, dando início a uma sina repleta de amizade e companheirismo.


Como o próprio título sugere, Annástria também é um mundo mágico, governado por deuses. Importante, Annástria não é a única dimensão, e mesmo nessa, há interpretações diferentes na maneira de reverenciá-los. A magia é uma característica forte, e há uma grande variedade de criaturas. Todas essa abundância desperta ganância e orgulho, culminando em inevitáveis duelos de forças.


Considerações finais
O livro é gostoso de se ler e espero não ter passado a ideia de que ele é complicado, apenas tem bastante elementos. Muito indicado para o público-infanto juvenil, mas ainda sim acredito que os adultos fãs de fantasia possam gostar dele tanto quanto eu. E por falar em elementos, o final do livro traz um guia de personagens, um guia de artefatos, lugares e seres, o que eu particularmente achei ótimo, porém, tem apenas os nomes de cada um, creio que seja uma boa pedida para futuras edições um "monstruário" completo, com descrições mais precisas e maiores informações sobre cada um, e claro, a presença de mapas seria magnifico, mesmo que a maior parte da trama se dê entre dimensões e não ao se explorar espaços em uma mesma dimensão.
O acabamento do livro é perfeito, a capa traz um efeito de alto relevo e o papel é de alta qualidade, a editora Ícone impressionou pelo capricho, cada capítulo traz a numeração bem grande e em extenso "Capítulo vinte e três" seguida do título do capítulo, coisa que eu jamais havia visto. 


Ficha técnica

ISBN: 8527410923
ISBN-13: 9788527410922
Idioma: português
Encadernação: Brochura
Dimensão: 23 x 16 cm
Edição: 1ª
Ano de Lançamento: 2010
Número de páginas: 352

Links:
Fanpage da trilogia Annástria: https://www.facebook.com/TrilogiaAnnastria

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