“Ricardo II” é a primeira parte de uma tetralogia, que é seguida por “Henrique IV, 1ª parte”, “Henrique IV, 2ª parte” e “Henrique V”.
O que mais marcou essa leitura foi a percepção de como o estudo dessas vidas de reis deve ter contribuído para a visão tão profunda que máster Shakespeare tem da alma humana!
O que esses reis aprontaram! Caraca!
Sobre “Ricardo II”, basta dizer que o Bardo tornou sua morte mais heróica e poética. Pois há indícios de que na vida real Ricardo II foi morto de fome e sede, de tal modo que seus inimigos pudessem exibir seu corpo sem mostras de violência...
O papel da Rainha, esposa de Ricardo II, também é realçado e embelezado por Shakespeare. Pois a rainha de carne e osso contava apenas oito anos de idade quando seu esposo foi morto...
Ler sobre esses grandes reis do passado é mergulhar no negro poço das ambições humanas...
Achei marcante também o fato de não haver vilões e heróis bem definidos, tal como em outras tragédias de Shakespeare. Ricardo comete erros, mas não é de todo vil. Bolingbroke, seu sucessor (posteriormente chamado de Henrique IV), é nobre, mas não tanto...
Outra característica forte é o texto eminentemente poético.
Curiosamente, me senti um pouco frustrado ao fim da leitura. Talvez por conhecer o trágico desfecho histórico, o final da peça tenha me parecido com pouco poder de catarse...
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