Nunca
li um livro que se parecesse tanto com uma história em quadrinhos!
O
curioso é que se fosse em quadrinhos mesmo, provavelmente a história não
despertaria o meu interesse. Mas como texto corrido fiquei bem interessado
durante as 733 páginas tamanho “tijolão”!
Acho
que essa impressão foi causada pelo fato da imaginação (abundante) de Clive
Barker ser eminentemente visual... tive essa impressão ao ler o “Livros de
Sangue 2”, que só foi confirmada pelo primeiro romance dele que leio.
Aliás,
há quanto tempo eu desejava ler um livro do Clive Barker! Exatamente como esse
que li: bem grosso e com um título capaz de me deixar cabreiro, com medo de ter
medo!
É certo
que a “maldade” maior foi da edição brasileira, que traduziu dessa forma o
título original de “Weaveworld”, algo como “mundo da trama”. Tudo bem que a
tradução literal não inspira muita vontade de ler um calhamaço...
A
história: existe um mundo encantado, como “o país das maravilhas”, coexistindo
com o nosso mundo dito “normal”. Esse mundo é chamado de “A Fuga”, e é habitado
pelos Despertos, que chamam o nosso mundo de “Reino” e a seus habitantes de
Loucos...
Sim,
essa distinção Despertos X Loucos evoca muito o Harry Potter, com seus Bruxos X
Trouxas. Detalhe: o livro de Barker foi publicado dois anos antes do primeiro
da série Harry Potter (e escrito dez anos antes)!
Voltando
à história: tem tapetes encantados, criaturas mágicas e também muitos monstros!
É realmente um grande voo de imaginação, onde nem sempre se prima pela
verossimilhança e pela congruência, mas enfim! As peripécias imaginativas são
boas o bastante para superar as deficiências.
A
imaginação visual de Barker é eficaz sobretudo ao imaginar as criaturas
hediondas, que ele consegue tornar mais repulsivas por diversas associações
(sutis ou não) com a sexualidade. Muito interessante é a personagem Imaculada,
com seu poder mágico originado pelo Mênstruo e com suas duas irmãs, a senil
Bruxa e a tarada sinistra Madalena, que “estupra” jovens indefesos para gerar
monstruosidades com o sêmen roubado... por aí dá para ter uma ideia do tipo de
horror com que se delicia Clive Barker.
Mas
tudo considerado, não diria que esta é uma história de terror. Está mais para a
fantasia, com direito a sua cota de monstros e dragões.
Fico
feliz por mais um sonho realizado: ler um romance do Clive Barker!
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Aproveito para convidar você a conhecer o livro O SINCRONICÍDIO:
Booktrailler:
http://youtu.be/Umq25bFP1HI
Blog:
http://sincronicidio.blogspot.com/
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LEIA AGORA (porque não existe outro momento):
Nosa! Deve ser bem legal esse livro a ponto de imaginarmos os quadrinhos durante a narrativa. Fiquei bem curiosa.
ResponderExcluircheirinhos
Rudy
Ahhhh meu caro Fabio, sou suspeito pra falar de Clive Barker, sou fã de carteirinha. Ainda assim aconselho você a ler o romance "O jogo da perdição", sei que você irá se apaixonar, mesmo com uma tradução sofrível, e também "Abarat" que é extremamente visual, inclusive com todos os desejos feitos por ele mesmo no livro (o problema é que Abarat é uma saga e a Companhia das Letras só lançou um livro, mas quem sabe você não encontra o danado em um sebo, além de que você pode lê-lo no original, daí vem a saga toda). Abraços amigão.
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