quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

GRITO DE GUERRA – Leon Uris



É uma história repetida a ponto de virar clichê: o talentoso e jovem escritor que espera utilizar suas memórias como soldado para escrever o livro definitivo sobre a guerra.

Curiosamente, os três romances que eu li sobre a Segunda Guerra Mundial possuem fortes semelhanças:

“Grito de Guerra” foi o primeiro romance de Leon Uris, que teve em “Exodus” sua obra mais famosa.

“Changi” (“King Rat”) foi o primeiro livro de James Clavell, autor de “Xogum”.

“Os Nus e os Mortos” foi a obra de estreia de Norman Mailer, autor de “Os Machões Não Dançam”.

Três livros de estreia de autores consagrados, falando sobre a guerra a partir de experiências autobiográficas.

Por isso não teve como ler o livro do Leon Uris sem fazer o tempo todo paralelismos com as duas outras obras. Gostei de “Grito de Guerra”, mas comparado com os outros dois, ficou em um (honroso) terceiro lugar. Explico o porquê de minha classificação:

3) GRITO DE GUERRA
É sobretudo uma declaração de amor aos Fuzileiros Navais, em especial ao Sexto Regimento da Segunda Divisão. O autor declara abertamente o seu orgulho por ter servido como fuzileiro durante a guerra. A narrativa é minuciosa e muito rica em termos de ambientação histórica. O sexto regimento é acompanhado desde o momento em que os recrutas entram no campo de treinamento até a prova de fogo nos sangrentos combates reais. Muitos personagens retratados com vivacidade, e cenas de guerra bem intensas. No entanto, o heroísmo dos fuzileiros é colocado como a tinta predominante da história.

2) CHANGI
Se Leon Uris foi minucioso em sua descrição da guerra, James Clavell foi microscópico em sua narrativa sobre um campo de prisioneiros. Novamente o romance foi inspirado na biografia do autor, mas Clavell foi muito mais profundo ao mergulhar na psique dos personagens e na total falta de dignidade humana durante uma guerra.

3) OS NUS E OS MORTOS
Esse sim, é imbatível! Quando foi lançado, os críticos disseram ser o melhor livro desde “Guerra e Paz” do Tolstoi (opinião reforçada pelo próprio Mailer, que nunca foi muito modesto). Esse livro tem toda a ação de “Grito de Guerra” e muito mais, e tem também a riqueza psicológica de “Changi”. Mas seu mérito maior é demonstrar cabalmente como a guerra é sobretudo uma atividade estúpida, e que não há mérito nem glória no derramamento de sangue.


  
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MANIFESTO – Mensageiros do Vento
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