É uma
história repetida a ponto de virar clichê: o talentoso e jovem escritor que
espera utilizar suas memórias como soldado para escrever o livro definitivo
sobre a guerra.
Curiosamente,
os três romances que eu li sobre a Segunda Guerra Mundial possuem fortes
semelhanças:
“Grito
de Guerra” foi o primeiro romance de Leon Uris, que teve em “Exodus” sua obra
mais famosa.
“Changi”
(“King Rat”) foi o primeiro livro de James Clavell, autor de “Xogum”.
“Os Nus
e os Mortos” foi a obra de estreia de Norman Mailer, autor de “Os Machões Não
Dançam”.
Três
livros de estreia de autores consagrados, falando sobre a guerra a partir de
experiências autobiográficas.
Por
isso não teve como ler o livro do Leon Uris sem fazer o tempo todo paralelismos
com as duas outras obras. Gostei de “Grito de Guerra”, mas comparado com os
outros dois, ficou em um (honroso) terceiro lugar. Explico o porquê de minha
classificação:
3)
GRITO DE GUERRA
É
sobretudo uma declaração de amor aos Fuzileiros Navais, em especial ao Sexto
Regimento da Segunda Divisão. O autor declara abertamente o seu orgulho por ter
servido como fuzileiro durante a guerra. A narrativa é minuciosa e muito rica
em termos de ambientação histórica. O sexto regimento é acompanhado desde o
momento em que os recrutas entram no campo de treinamento até a prova de fogo
nos sangrentos combates reais. Muitos personagens retratados com vivacidade, e
cenas de guerra bem intensas. No entanto, o heroísmo dos fuzileiros é colocado
como a tinta predominante da história.
2)
CHANGI
Se Leon
Uris foi minucioso em sua descrição da guerra, James Clavell foi microscópico
em sua narrativa sobre um campo de prisioneiros. Novamente o romance foi
inspirado na biografia do autor, mas Clavell foi muito mais profundo ao
mergulhar na psique dos personagens e na total falta de dignidade humana
durante uma guerra.
3) OS
NUS E OS MORTOS
Esse
sim, é imbatível! Quando foi lançado, os críticos disseram ser o melhor livro
desde “Guerra e Paz” do Tolstoi (opinião reforçada pelo próprio Mailer, que
nunca foi muito modesto). Esse livro tem toda a ação de “Grito de Guerra” e
muito mais, e tem também a riqueza psicológica de “Changi”. Mas seu mérito
maior é demonstrar cabalmente como a guerra é sobretudo uma atividade estúpida,
e que não há mérito nem glória no derramamento de sangue.
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MANIFESTO – Mensageiros do Vento
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