sexta-feira, 22 de março de 2013


A VALSA  nº 6 – Nelson Rodrigues


Fiquei louca por essa obra escrita em 1951, pois descortina mais uma vez um Nelson poético e totalmenteee lírico. Diferente daqueles textos completamente sexuais, pornográficos e críticos que conhecemos...o autor nos envolve em um lindo monólogo de uma jovem que é assassinada pelas costas aos 15 anos,  enquanto tocava a Valsa nº 6 de Chopin, obra que aliás ela tinha obsessão.

Sem subterfúgios e preocupações com  nada mais além da própria dramaticidade da fala poética, a protagonista vai deliciosamente junto com o autor, lentamente montando um grande quebra cabeças de suas memórias antes do assassinato.

Em uma espécie de transe sem memória na passagem entre a vida e a eternidade, a protagonista se perde do seu eu, e tenta se montar a partir de algumas memórias lembradas, inventadas e reinventadas. Uma passagem entre a vida e a morte, sobre o olhar soturno de memórias que se situam entre realidade, a alucinação e a ficção.

Mesmo sendo sua décima peça teatral e só ficando em cartaz 4 meses, foi considerada uma grande obra pela crítica. O monólogo foi montado sem luxo, com um custo bem barato onde Nelson lança como estreante sua irmã mais nova Dulce Rodrigues. 
O final é surpreendente claro...bem a moda Nelson Rodrigues.



Eu amo essa valsa, e acho que ela cabe muito bem  na obra pela sua intensa dramaticidade musical...Eu ameiiiiii a obra e recomendo!!

http://www.youtube.com/watch?v=v0kIKRd-X28




Um comentário:

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