segunda-feira, 25 de março de 2013

MARINA – Carlos Ruiz Zafón




Aprendi muito com esse livro!

Zafón é dono de um estilo muito interessante, recheado de ricas imagens e belas metáforas. Esse estilo adquiriu tonalidades inusitadas ao ser aplicado a uma trama que mistura passagens líricas em meio a uma atmosfera de suspense e terror. Bizarro! Houve momentos em que pensei estar diante da cruza literária entre Dean Koontz e Pablo Neruda.

E daí veio o maior aprendizado. Lembrei do conselho de Stephen King a respeito de evitar firulas em uma história de horror. Ao invés de “Ele me olhou como se uma dúzia de limões estivesse escorrendo de seu olhar”, opte sempre por algo mais simples como “Ele me olhou com azedume”. Esse é o conselho de Pai King.

Faz sentido. Em um thriller, o ponto essencial é o ritmo da história, que deve ter a cadência correta para embalar e capturar o leitor. Por isso uma linguagem seca e direta, como a praticada por mestre Rubem Fonseca, é a mais adequada, creio eu, para estabelecer o melhor vínculo do leitor com a leitura. Ainda mais quando a narrativa é feita na primeira pessoa. Gera uma dissociação quando lemos o protagonista-narrador elaborando refinadas metáforas em meio a uma cena de perigo, quando ele deveria estar morrendo de medo e concentrado em salvar a própria pele. Fica um toque de irrealidade, de sonho. Não passa verossimilhança.

Talvez tenha sido justamente essa a intenção de Zafón, que com certeza não é bobo na arte de contar histórias. Ainda mais porque “Marina” está longe de ser uma mera história de suspense e horror. O lado lírico, sempre presente nas metáforas, foi o predominante. Isso trouxe dimensão e contexto, deixando o leitor satisfeito, mas ainda com um gosto de quero mais.

Pretendo ler outros do mesmo autor!


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Aproveito para convidar você a conhecer o livro O SINCRONICÍDIO:

Booktrailler:
http://youtu.be/Umq25bFP1HI

Blog:
http://sincronicidio.blogspot.com/
 
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MANIFESTO – Mensageiros do Vento
LEIA AGORA (porque não existe outro momento):

8 comentários:

  1. Esse livro é MARA!!! e você fez observações pra lá de pertinentes.

    Foi o primeiro e único livro dele que li, até agora, e realmente o gostinho de quero mais está presente em mim. Interessante é que eu adivinhei o final da história coisa que dificilmente consigo numa leitura, porém, mesmo assim minha atenção ficou presa aos acontecimentos até o "the end".

    Linda resenha querido!

    bj da angel ;)

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  2. Por acaso esta aí em cima é a queridíssima Angel??? E tá viva??? Menina, quanta saudades suas.
    Bom, aconselho você a ler "A sombra do vento", depois me conta. Nunca mais fui o mesmo após esta leitura.

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  3. Ahhh ia me esquecendo, na maioria das vezes conseguimos adivinhar o final dos livros de Zafón. E apesar disso não conseguimos largar a leitura. Pra quem acha que isso é maçante, engana-se. Isso se chama talento!

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  4. Valeu pelos comentários e reflexões, querida Angel e querido Rodolfo!
    Quero muito ler "A Sombra do Vento", só pelo título já me cativou!!!

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  5. Esse foi o único livro que li do Zafón.
    Foi um suspense e tanto, a princípio não me conquistou, mas conforme a leitura foi evoluindo me vi vidrada nela.
    Quero em breve conhecer mais obras do autor.

    Beijos
    Leituras da Paty

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  6. Adoro esse autor. Quando ganhei A Sombra do Vento não levei muita fé em sua competência não, mas logo fiquei encantada com esse espanhol porreta...ahahh
    Vou postar a resenha de A Sombra do Vento...acho que vale a pena.

    Rodolfooooo...adorei encontrar você por aqui.;)

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  7. Eu adorei esse livro, Zafón é um ótimo escritor!

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