domingo, 24 de março de 2013


SHIBUMI – Trevanian


Me interessei por essa obra editada em 1979, primeiro pela titularidade oriental que adoro, depois pela curiosidade que senti pelo enigmático autor. Fui para essa leitura impregnada de Drummond, com sua visão linda do ’simples’... o nascer do sol, um sorriso, uma roupa limpa balançando no varal pelo frescor da brisa da tarde, a chuva caindo no telhado, o gostoso barulho do silêncio natural, e com o esquecimento do mundo a esse olhar. O shibumi é exatamente isso, um olhar para pequenas coisas, um conceito do belo no simples, um valorizar o natural. Os orientais têm essa qualidade... um apreciar coisas naturais, um olhar diferenciado e valorizado do simples. Bem...até os orientais têm dificuldades de explicar a verdadeira essência do Shibumi, que dirá euuuuuu!!! Ahaha

Esse autor  inglês de nome Rodney William Whitaker usando um dos seus misteriosos heterônimo Trevanian, tenta em sua obra fazer críticas, chegando às raias da ridicularização, às obras policiais e as sociedades. Dizem as bibliografias de fofocas...ahaha que Trevanian nunca apareceu em público e nem tão pouco se deixava fotografar ou entrevistar, e quando o fazia era apenas por telefone...misterioso né?

O enredo conta a história de um jovem com descendência russa e alemã, nascido em Xangai em plena 1ª Guerra. E é essa diferença racial que lhe traz os sofrimentos da discriminação, torturas e a solidão do isolamento, e que lhe promovem uma inteligência impar, uma  cultura fenomenal com as línguas, com o jogo do Go (antigo jogo complicadíssimo de tabuleiro japonês), e artes marciais assassinas).  Fascinado pela essência do Shibumi, o protagonista dedica sua vida a buscá-lo, obstinado em atingir a perfeição pessoal.


Esse anti-herói criado pelo autor, vive os horrores da guerra, do amor, da prisão e da tortura,  e em sua busca pela vingança tona-se um mercenário. A obra é cheia de intrigas, escolhas com pontas de ódio, que na voz da eloquência e paz da cultura oriental, consegue transpassar para o leitor um mundo de críticas ferozes a mentalidade humana. Nenhum povo fica isento das críticas do autor. Interessante e sensacional a forma como o autor começa cada capítulo...usando metáforas da situação do jogo do Go, para nos situar na situação do protagonista. Meu filho, também fascinado pela alma oriental como eu, tem em sua porta uma frase, que achei bem pertinente para a obra....”Para sermos grandes, temos que ser pequenos”.

Para mim o autor fez uma junção bacana na obra, algumas partes eu achei meio pesadas, com críticas generalizantes que eu não gosto, e demonstrando uma discriminação e um preconceito irreal do povo oriental, mas num’ compto’ geral, a obra é fascinante. Bem...eu adorei e recomendo!


4 comentários:

  1. Linda resenha!!!
    Eu gostei muito desse livro por conta dessa visão oriental, e não gostei na mesma medida por conta do racismo!!!
    Mas é realmente uma obra intrigante, fruto de uma mente intrigante!!!

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  2. Trevanian é realmente muito intrigante...eu particularmente adoro um anonimato. ahahah
    Já li outras obras escritas pelos seus 2 outros pseudônimos Nicholas Seare e de Benat Le Cagot e adorei. Porém algo me diz que Trevanian é uma mulher...sei lá. Em alguns momentos das obras senti uma fala meio feminina, isso é, algumas lembranças de mágoas muito detalhadas e doloridas que só mulheres são capazes de sentir. Homens não têm essa propriedade de lembranças de mágoas detalhadas...nem tão pouco ficam doloridos por muito tempo. ahaah

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  3. Nossa, uma mulher?!?!?
    Não duvido de nada, mas acho que essa mulher tem cabelo no peito e coça o saco rarara!!
    Trevanian tem um lado sublime, mas tem um lado muito tosco também né rararara!

    Ah já viu esse link:

    http://en.wikipedia.org/wiki/Trevanian

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  4. Já vi sim, porém pesquisas bibliográficas acham que é tudo fake. Eu mesma já virei pela Oscar Winter em edições de bolso. ahaha Existe uma única foto, que não estou achando na minha bagunça,onde estão uma mulher e um homem, e dizem que Trevian pode ser qualquer um dos dois...isso é, levantou a lebre sobre sua verdadeira identidade. A mulher parece mesmo que tem cabelo no peito...ahahah

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