sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A CARTUXA DE PARMA – Stendhal



Adoro esse francês de múltiplos pseudônimos, registrado com o nome de Marie-Henri Beyle e nascido em 1783. Apesar de nascido na França, fez da Itália sua terra natal. Uma das maiores qualidade da Itália para o autor, é a enorme sensibilidade do seu povo em relação ao amor. Por trás desse homem traumatizado e com dor de cotevelo por seu único amor verdadeiro, não corrrespondido pela condessa de Dembowska em Milão, existia um homem que foi considerado por muitos um mulherengo, um amante inveterado e como contra ponto, um homem que nutria uma enorme antipatia pelas mulheres.. ahahah

Esse romance com titularidade original La Chartreuse de Parme, foi editada 9 anos depois de O Vermelho e o Negro em 1839, com ares mais românticos porém com o mesmo teor liberal, anti-monarquista e realista, que sempre lhe foi característico. Dizem as bibliografias de fofocas literárias, que essa era a obra predileta de Balzac. Nesse romance escrito em 52 dias porém com um trabalho extenso de pesquisa, o autor percorre as ruas, paisagens, política, nobreza e miséria da Itália do princípio do século XIX de forma muito sensível, deliciosa, abraçado a uma grande e adorável prolixidade, bem típica da época literária em que se insere. 

A obra carrega uma saga cheias de tramas, horrores de guerra, prisões, amores carnais, espirituais, incestuoso, fraternal e  impossíveis, e faz lindas metáforas as diversas formas de amor, prendendo o leitor até sua última página. Na pele de um jovem fidalgo italiano, com ideologia aventureira de lutar e conhecer o Imperador Napoleão, e marcado pelo seu enorme desapego ao dinheiro, o autor nos mostra sua enorme admiração a Napoleão, uma Itália em restauração, e lindas histórias de amor vividas pelo protagonista, que transcendem até mesmo o amor carnal e espelham muito os amores de Stendhal. O autor consegue com brilhantismo intercalar e entrelaçar momentos terríveis de lutas,  guerra e traições políticas, com o lirismo do amor em suas múltiplas facetas....lindoooo!!!

Stendhal mesmo sofrendo com uma sífilis bem avançada e com uma síndrome psicossomática de ataques constantes, ditou a linda obra Charterhouse, que logo eu postarei aqui. Adoro também a biografia Vie de Rossini onde traz uma linda crítica musical  e sua obra On Love, onde descreve o amor perfeito metaforizado pelo amor que sentia pela Itália e seus inúmeros romances. O autor nos deixa aos 59 anos, deixando para o mundo seu epitáfio escrito em italiano “Viveu, escreveu, amou”, demonstrando em apenas 3 palavras toda sua essência e imortalizando em suas lindas obras, suas paixões e sua intensa busca pela felicidade, que sempre foram o grande elixir de sua vida.

Essa obra é especial para mim, pois tenho uma versão muito antiga, que ganhei de alguém muito especial.


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