Adoro esse francês de múltiplos pseudônimos, registrado com o nome
de Marie-Henri Beyle e nascido em 1783. Apesar de nascido na França, fez da
Itália sua terra natal. Uma das maiores qualidade da Itália para o autor, é a
enorme sensibilidade do seu povo em relação ao amor. Por trás desse homem
traumatizado e com dor de cotevelo por seu único amor verdadeiro, não
corrrespondido pela condessa de Dembowska em Milão, existia um homem que foi
considerado por muitos um mulherengo, um amante inveterado e como contra ponto,
um homem que nutria uma enorme antipatia pelas mulheres.. ahahah
Esse romance com titularidade original La Chartreuse de Parme,
foi editada 9 anos depois de O Vermelho e o Negro em 1839, com ares mais
românticos porém com o mesmo teor liberal, anti-monarquista e realista, que
sempre lhe foi característico. Dizem as bibliografias de fofocas literárias, que
essa era a obra predileta de Balzac. Nesse romance escrito em 52 dias porém com
um trabalho extenso de pesquisa, o autor percorre as ruas, paisagens, política,
nobreza e miséria da Itália do princípio do século XIX de forma muito sensível,
deliciosa, abraçado a uma grande e adorável prolixidade, bem típica da época
literária em que se insere.
A obra carrega uma saga cheias de tramas, horrores de guerra,
prisões, amores carnais, espirituais, incestuoso, fraternal e impossíveis, e faz lindas metáforas as
diversas formas de amor, prendendo o leitor até sua última página. Na pele de
um jovem fidalgo italiano, com ideologia aventureira de lutar e conhecer o
Imperador Napoleão, e marcado pelo seu enorme desapego ao dinheiro, o autor nos
mostra sua enorme admiração a Napoleão, uma Itália em restauração, e lindas
histórias de amor vividas pelo protagonista, que transcendem até mesmo o amor
carnal e espelham muito os amores de Stendhal. O autor consegue com
brilhantismo intercalar e entrelaçar momentos terríveis de lutas, guerra e traições políticas, com o lirismo do
amor em suas múltiplas facetas....lindoooo!!!
Stendhal mesmo sofrendo com uma sífilis bem avançada e com uma
síndrome psicossomática de ataques constantes, ditou a linda obra Charterhouse,
que logo eu postarei aqui. Adoro também a biografia Vie de Rossini onde traz
uma linda crítica musical e sua obra On
Love, onde descreve o amor perfeito metaforizado pelo amor que sentia pela
Itália e seus inúmeros romances. O autor nos deixa aos 59 anos, deixando para o
mundo seu epitáfio escrito em italiano “Viveu, escreveu, amou”, demonstrando em
apenas 3 palavras toda sua essência e imortalizando em suas lindas obras, suas
paixões e sua intensa busca pela felicidade, que sempre foram o grande elixir
de sua vida.
Essa
obra é especial para mim, pois tenho uma versão muito antiga, que ganhei de
alguém muito especial.
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