Eu
só sabia de uma coisa quando comecei a ler esse livro: a leitura seria uma
experiência totalmente inesperada! Dito e feito: é muito talentoso na arte de
ser original, o escritor inglês Will Self.
Já
li dele “Cock & Bull”, surreal dupla de novelas sobre uma mulher que
descobre um pênis nascendo entre suas pernas e sobre um homem que ganha uma
vagina em sua batata da perna... e até engravida! Esse texto anárquico e muito
interessante não me deixou ter dúvidas na hora de encarar o tijolão de “Como
Vivem os Mortos”, sobre a vida, a morte e depois!
A
história é toda contada na primeira pessoa por Lily Bloom, com muita ironia
(tendendo para o sarcasmo) e deboche (tendendo para a escancarada crítica
social). Creio que não é por acaso a semelhança com o nome de Leopold Bloom,
protagonista do “Ulisses” de James Joyce. Pois é também uma odisseia o que
descreve Lily, através da vida, da morte, do pós-morte e além...
Não
saberia comentar nada sobre o livro sem cometer spoiler... Da mesma forma, não
me atrevo a procurar sentido nessa louca peregrinação literária de Will Self...
Creio ter encontrado algum, ou vários, ou nenhum... sem que isso tenha tirado
ou somado valor à experiência única de ler esse que é um dos mais autênticos
autores contemporâneos.
Não
recomendo para estômagos fracos, nem para gostos tradicionais... Só para quem
tem fome de novidade e de ousadia!
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