terça-feira, 14 de janeiro de 2014

EM QUE CRÊEM OS QUE NÃO CRÊEM? – Umberto Eco




Trata-se de um debate caloroso entre o alexandrino Eco, pensador com imensas dúvidas religiosas e Carlo Maria Martini, um cardeal da Igreja de Roma, possível sucessor do Papa, onde abordam temas como ética, mulher, aborto, arbítrio religioso, genética, respeito, escolhas, existência celestial, esperança, valores modernos, etc. Também entram na folia outros participantes, entre jornalistas e filósofos, para colocar mais lenha na fogueira.

Por ser considerado um não religioso, Eco dialoga sem medo sobre o assunto, mais dentro de um nível respeitoso.  O debate vem a partir de cartas enviadas pelo autor e respondida pelo cardeal, que juntas formaram essa obra impetuosa e controversa para crentes e não crentes. Seu tema anda pela moral sem fé daqueles que vivem pelas beiras dos dogmas cristãos.

Não acredito que o debate foque nenhuma questão profunda teológica, e sim apenas superficial, apenas como alerta....pois da mesma forma como Eco é de uma coerência enorme, o cardeal se abstêm de vários comentários que seriam ao meu ver, uma obrigação dele refutar.

Dentro dessa troca de palavras, Eco mostra que não necessita nem procura, aprovação religiosa para o que chama, daquilo já pré-definido como pecado dentro dos dogmas católicos, tentando substituir a teoria católica por uma filosófica, e o cardeal defende veementemente a visão católica ortodoxa e moderninha, mas ao final da obra, se rende aos argumentos de Eco... ahahah

Fica claro que dentro dos conhecimentos absorvidos pelo homem na vida, ao refletir sobre seus projetos de vida, muitos se vêm  no penhasco da malevolência e outros na clareza da benevolência. Esse duelo de binômios, nos acompanha pelos séculos, fazendo com que tenhamos que escolher entre esses dois parâmetros diferentes sempre. Essa obra trata exatamente disso....como são feitas nossas escolhas e que parâmetros éticos são usados para isso.

Eco defende o livre arbítrio religioso e não uma coerção psicológica inconsciente,  enxerga a ética presente em todo ser humano, não apenas naqueles em que crêem em Deus e declara que está pode sim,  ser mantida se houver apenas o amor ao próximo e o cardeal defende os preceitos religiosos como regimento do ser humano e esse como a ética perfeita universal.
Bem.....para mim Eco foi perfeito em sua explanação, completamente coerente, lúcido, racional, claro, generoso e benevolente. Tudo de bommmm!!! E você, é capaz de responder de que lado ficaria nesse debate?




Um comentário:

  1. Linda resenha, meu bem!
    Melhor que o livro, em minha opinião!
    Esse eu li há muito tempo, mas confesso que me desapontou, achei o debate chato e fraquinho, em nada me acrescentou, tanto que nem lembro mais rarararara!
    beijos!

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...