Trata-se
de um debate caloroso entre o alexandrino Eco, pensador com imensas dúvidas
religiosas e Carlo Maria Martini, um cardeal da Igreja de Roma, possível
sucessor do Papa, onde abordam temas como ética, mulher, aborto, arbítrio
religioso, genética, respeito, escolhas, existência celestial, esperança,
valores modernos, etc. Também entram na folia outros participantes, entre
jornalistas e filósofos, para colocar mais lenha na fogueira.
Por ser
considerado um não religioso, Eco dialoga sem medo sobre o assunto, mais dentro
de um nível respeitoso. O debate vem a
partir de cartas enviadas pelo autor e respondida pelo cardeal, que juntas
formaram essa obra impetuosa e controversa para crentes e não crentes. Seu tema
anda pela moral sem fé daqueles que vivem pelas beiras dos dogmas cristãos.
Não
acredito que o debate foque nenhuma questão profunda teológica, e sim apenas
superficial, apenas como alerta....pois da mesma forma como Eco é de uma
coerência enorme, o cardeal se abstêm de vários comentários que seriam ao meu
ver, uma obrigação dele refutar.
Dentro dessa troca de palavras, Eco
mostra que não necessita nem procura, aprovação religiosa para o que chama,
daquilo já pré-definido como pecado dentro dos dogmas católicos, tentando
substituir a teoria católica por uma filosófica, e o cardeal defende
veementemente a visão católica ortodoxa e moderninha, mas ao final da obra, se
rende aos argumentos de Eco... ahahah
Fica claro que dentro dos conhecimentos absorvidos pelo homem na vida, ao refletir sobre seus projetos de vida, muitos se vêm no penhasco da malevolência e outros na clareza da benevolência. Esse duelo de binômios, nos acompanha pelos séculos, fazendo com que tenhamos que escolher entre esses dois parâmetros diferentes sempre. Essa obra trata exatamente disso....como são feitas nossas escolhas e que parâmetros éticos são usados para isso.
Eco
defende o livre arbítrio religioso e não uma coerção psicológica
inconsciente, enxerga a ética presente
em todo ser humano, não apenas naqueles em que crêem em Deus e declara que está
pode sim, ser mantida se houver apenas o
amor ao próximo e o cardeal defende os preceitos religiosos como regimento do
ser humano e esse como a ética perfeita universal.
Bem.....para
mim Eco foi perfeito em sua explanação, completamente coerente, lúcido,
racional, claro, generoso e benevolente. Tudo de bommmm!!! E você, é capaz de
responder de que lado ficaria nesse debate?
Linda resenha, meu bem!
ResponderExcluirMelhor que o livro, em minha opinião!
Esse eu li há muito tempo, mas confesso que me desapontou, achei o debate chato e fraquinho, em nada me acrescentou, tanto que nem lembro mais rarararara!
beijos!