quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

[entrevista]FABIO SHIVA - Escritor

https://www.facebook.com/fabio.shiva


Oi pessoal! :)

É com muita alegria que entrevisto hoje o escritor Fabio Shiva para o seu próprio Blog... rsss... Seja bem vindo a esse espaço querido, tudo bem com você?

FS: Tudo ótimo, Angel querida!

BCRL: Além de escritor e poeta você é músico e compositor. Quem surgiu primeiro, o escritor ou o músico?

FS: Amei essa pergunta, pois ela evocou memórias muito queridas! Acho que essas duas vocações surgiram juntas em minha vida, ainda muito cedo. Lembro que eu tinha sete anos, e meu irmão Fabrício apenas três quando fizemos nossa primeira música, Mesmo Sendo Macho. Aos doze comecei a estudar violão, e lembro que dez minutos depois de aprender a tocar Parabéns pra Você eu já estava fazendo a minha primeira música “de verdade”: Desde Que Você Partiu, uma canção irônica de horror sobre um cara que morre de amor e depois volta do túmulo para se vingar da amada! E nesse mesmo ano eu tive minha poesia Terra publicada na “Antologia Poética de Cidades Brasileiras” da Ed. Xogum-Arte. Aos catorze escrevi meu primeiro conto, Uma Questão de Princípios, sobre um assassinato cometido após uma desavença banal no Metrô. Logo em seguida tive uma fase muito gostosa de escrever e desenhar histórias em quadrinhos, fui ator, fiz algumas esculturas, comecei a pintar. Também já escrevi roteiros e hoje trabalho na produção de um filme em animação! Acho que já nasci apaixonado por todas as formas de expressão artística.

BCRL: Foi com a banda Mensageiros do Vento que começou a trilhar o caminho da música?

FS: A primeira banda em que montei com meu irmão chamava-se Intelectus & Seus Abobrinhas, era uma banda de moleques, com instrumentos improvisados. Chegamos a gravar um vídeo, que hoje provavelmente não existe mais. O Intelectus evoluiu para um grupo chamado Miserere Nobis, com o qual fizemos nosso primeiro show, em um festival estudantil na UERJ. Até aqui tocávamos MPB com uma pitada de rock, não por escolha, mas porque não tínhamos um baterista! Foi o rock que me despertou para a música. Eu quis aprender a tocar depois de ver pela tevê o show do Ozzy Osbourne no Rock in Rio, foi uma experiência que revelou um mundo totalmente novo para mim. Mas logo conseguimos encontrar um baterista e montamos nossa primeira banda de rock, Thanatos, que depois mudou de nome para Imago Mortis. Com o Imago tivemos uma boa caminhada, gravamos três CDs que foram lançados no Brasil e no exterior, e um deles até foi recentemente considerado um dos 60 melhores lançamentos do heavy metal nacional. Depois do Imago Mortis tivemos uma breve e grata experiência com a banda O Plano, de sonoridade mais pop. Então meu irmão Fabrício e eu nos mudamos do Rio de Janeiro para Salvador, e aí sim começou a linda história dos Mensageiros do Vento!

BCRL: A banda Mensageiros do Vento visa algo mais além de levar a musicalidade para as pessoas, né não?

FS: Sim, com certeza. Acreditamos muito em passar mensagens positivas, transmitir coisas boas para as pessoas, expressar ideias que ajudem a construir um mundo melhor. É claro que a música vem sempre em primeiro plano, afinal a música é a mensagem!

BCRL: Fale sobre o projeto Manifesto de autoria dos Mensageiros do Vento.

FS: Até onde sei, o Manifesto dos Mensageiros do Vento é o primeiro livro de literatura e filosofia lançado por uma banda! Os textos e ilustrações foram concebidos coletivamente. Isso tem a ver com a proposta essencial do livro, que é formar uma espécie de “diálogo quântico”, seguindo o modelo dos diálogos platônicos, mas com uma cara mais contemporânea. Parece complicado, mas é bem simples na verdade: basta imaginar uma roda de amigos ao redor de uma fogueira, conversando sobre a vida e sobre o mundo. Só que os assuntos não são apresentados um de cada vez, mas ao mesmo tempo, como numa autêntica roda de conversa. Acho que assim ficou uma apresentação original e interessante do conteúdo que queríamos passar! O livro está sendo vendido nos shows da banda, mas pode ser baixado gratuitamente pela Internet no link abaixo:

BCRL: Muito lindo esse trabalho de vocês! :)

FS: Valeu demais, querida!

BCRL: Vem cá, sei que participa de projetos com crianças. Fale sobre isso. 

FS: O primeiro projeto que comecei a desenvolver foi a oficina de Meditação para Crianças, inicialmente na comunidade de Nova Brasília de Itapuã, depois na Casa da Música, depois no Instituto Kirimurê e agora finalmente iniciamos no Instituto Daniel Comboni, onde também dou aulas de violão. Isso teve início depois que tive conhecimento do David Lynch Project, que se destina a ensinar meditação a crianças nos Estados Unidos. Uma frase do David Lynch (que é também um diretor de cinema que admiro muito) incendiou a minha imaginação: “Depois que um milhão de crianças aprender a meditar, o mundo será transformado.” Uma frase do Dalai Lama também me inspirou muito: “Se as crianças aprenderem a meditar, podemos acabar com a guerra em uma geração”. Então resolvi fazer a minha parte, por humilde que seja, para alcançar esses lindos objetivos! Pretendo transformar essa oficina de Meditação para Crianças em um livro brevemente! O trabalho com crianças é uma das grandes alegrias de minha vida, acredito que temos muito mais a aprender com as crianças que qualquer coisa que achemos que possamos ensinar! E há poucos dias tive a grande felicidade de concluir a redação do livro, vamos torcer para que seja publicado o mais brevemente possível! Tenho uma entrevista no You Tube, para quem quiser mais informações sobre o assunto: http://youtu.be/lHSsHka-k_8.  

BCRL: Inspiração. Quer para obras literárias ou musicais, onde encontra? 

FS: Rolando Toro definiu o artista como a “antena da raça”. Gosto muito dessa forma de entender o processo artístico. Acredito que o artista não cria absolutamente nada, ele simplesmente “capta”! Todas as obras de arte do mundo existem desde sempre nos “registros akáshicos”, que o artista acessa para poder dar forma à sua “inspiração”. Pensar desse modo traz uma dupla vantagem: primeiro, torna o artista capaz de explorar ao máximo suas potencialidades, produzindo obras muito mais ricas. Não é à toa que existe o ditado: “a obra de arte é uma parceria entre Deus e o artista, e quanto menos o artista se meter, melhor!” E a segunda vantagem é que essa forma de ver ajuda a driblar uma das maiores armadilhas na carreira do artista, que é a ilusão do ego, a noção errônea de que sou eu quem faço, sou eu quem crio, sou eu que ajo. O verdadeiro artista, em minha opinião, encara com humildade e gratidão a sua tarefa, que deve sempre ter o objetivo de servir de alguma forma à coletividade. Toda arte verdadeira impulsiona o espírito humano a se elevar!

BCRL: E como nasceu a ideia da tão amada e idolatrada salve salve Comunidade Resenhas Literárias!? *.*

FS: Salve salve nossa amada CRL! A ideia nasceu de forma bem simples, pois eu criei o hábito de resenhar todos os livros que lia, com o objetivo de reforçar o aprendizado obtido a cada leitura. Como na época o Orkut estava bombando, imaginei que outras pessoas por lá poderiam curtir a ideia de fazer resenhas, e pronto! Hoje a CRL está mais ativa aqui no blog e também no Facebook:

E todos são muito bem-vindos para virem compartilhar conosco ideias e opiniões sobre livros!

BCRL: E o PULA (Passe Um Livro Adiante)?

FS: O PULA nasceu de uma sugestão de nossa querida Lua Oliveira, que propôs criarmos um espaço para circulação de livros dentro da CRL. Foi uma ideia linda e que deu muito certo, pois até hoje o PULA já fez circular mais de 2.000 livros pelo Brasil. Para conhecer – e participar! – é só acessar o link:

BCRL: Foi uma ideia brilhante mesmo, o PULA faz a alegria de muitos leitores, eu que o diga!

FS: Eu também sou muito grato, já li muitos e muitos livros maravilhosos graças ao PULA! E também pude, da mesma forma, fazer com que esses livros continuassem “vivos”, sendo lidos por outras pessoas, ao invés de ficarem comendo poeira em alguma estante.

BCRL: O que é mais difícil: conseguir patrocínio para um show ou publicar um livro?

FS: O mais difícil é responder essa pergunta rarara! As dificuldades e desafios existem em todo caminho que vale a pena, e o jeito de superar essas dificuldades é sempre pensar positivo e não desistir nunca! Assim, o que parecia difícil acaba se revelando mais uma etapa necessária para nosso desenvolvimento.

BCRL: ahaha, adorei essa!!!

FS: Tirei da cartola, não é?

BCRL: O Sincronicídio é seu romance de estreia. Além dele o que mais escreveu? Algum projeto futuro?

FS: Participei da redação do Manifesto dos Mensageiros do Vento, algo que me traz muita alegria e gratidão. Concluí recentemente um livro de contos: Isso Tudo É Muito Raro. Estou empenhado atualmente na elaboração de um novo romance intitulado Favela Gótica, e pretendo em seguida escrever a sequência para O Sincronicídio, que se chamará A Mais Tocada de Todos os Tempos. Mas no momento estou absorvido mesmo é na produção de ANUNNAKI – Mensageiros do Vento, a primeira ópera-rock em animação produzida no Brasil. O filme é inspirado nas tabuletas da Suméria, uma das civilizações mais antigas de que se tem notícia, e a história é simplesmente fascinante!!! Uma prévia do projeto pode ser vista no link: http://youtu.be/tJhDrVK-BOQ.  

BCRL: Fantástico! Será um curta?

FS: Será um longa metragem, com a duração estimada em 72 minutos. A trilha sonora do filme gerará um CD duplo. O projeto foi aprovado no Edital de Música do Fundo de Cultura e tem o patrocínio da Secretaria de Cultura da Bahia, com início oficial em 01/01/14! A criatividade está ebulindo por aqui! Aproveito para convidar todos a conhecerem e curtirem a página do projeto no Facebook: https://www.facebook.com/anunnakimensageirosdovento.



BCRL: O que quer dizer sincronicídio?

FS: Essa é uma palavra que não consta do dicionário, até onde sei foi inventada por mim. Pesquisei a etimologia e achei muito interessante descobrir que o sufixo –cídio, de origem latina, tem o sentido de matar, de assassinar, mas também o de queda, de decadência. No decorrer do livro esse conceito do Sincronicídio é bastante explorado, portanto não quero estragar a surpresa, mas posso adiantar que essa palavra envolve dois significados principais: “assassinatos em sincronia” e “morte da contemporaneidade”...

BCRL: Essa sua resposta se encaixa na história do livro como o côncavo e o convexo. Lindo!

FS: Fico muito feliz, meu bem! Você foi uma verdadeira fada-madrinha para esse livro e para minha carreira de escritor, sou eternamente grato!!!

BCRL: Qual seu objetivo com o Sincronicídio?

FS: Meu objetivo com esse livro foi escrever uma história que eu mesmo gostasse de ler. É um romance policial, mas não somente, e é também uma homenagem ao romance policial, pois agrega várias vertentes, desde o whodunit ao noir, passando pelo mistério do quarto fechado e outras situações clássicas. O que acho mais interessante a respeito da história é que ela possibilita diferentes níveis de interpretação. É como a famosa metáfora da cebola descascada, pois debaixo de cada camada há sempre uma nova camada de interpretação. Outro ponto que gosto muito é que a história acontece toda em um único dia, o dia do Sincronicídio.

BCRL: Você concebeu um livro fantástico, menino! Parabéns por essa conquista e sucesso!

FS: Sou muito grato por tantas demonstrações de carinho que o livro está recebendo, sinto-me privilegiado por Deus por ser tão rico em amigos! Sei que sou amado porque amo na mesma proporção! É como já cantam os Beatles: “no final, o amor que você recebe é igual ao amor que você dá”. Sou muito grato a tantas pessoas que estão lendo e se interessando o livro.

BCRL: Obrigada por aceitar o meu convite para entrevistá-lo. Você é uma pessoa carismática e querida por muitos, tenho certeza disso.

FS: Sou muito grato a você, Angel amada, pelo carinho lindo dessa entrevista. Te amo, meu bem!

Como de costume,  fiquem à vontade para fazer perguntas ao Fabinho, ok? E quem quiser adquirir O Sincronicídio ´s só acessar o site da Caligo Editora (www.caligoeditora.com.br) ou pedir diretamente ao Fabinho que o mandará autografado, nesse caso, usem o email sincronicidio@gmail.com.

É isso meninos, até a próxima! :)

bj da angel ;)


12 comentários:

  1. Uau, que legal entrar aqui e dar de cara com esse cara...rsrs.. Bela entrevista, Angel. Também com esse entrevistado aí, é assunto para mais de uma conversa até.

    Puxa, Fabio, adorei saber que vc pretende escrever uma sequencia para O Sincronicídio. Fico imaginando como seria, já que estou com o desfecho do livro aqui na cabeça (quem ficou curioso, que compre o livro...kkkk).

    Gostaria de saber como vc acha tempo para tantas atividades! E se fosse necessário escolher apenas uma para se dedicar integralmente, qual seria? Pergunta cruel, né? ;-) Beijos

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    1. Andreia querida!

      Valeu demais por esse carinho lindo viu!!!

      Agora essa pergunta foi retada hem!!!

      Se eu tivesse que escolher apenas uma atividade, sem hesitar escolheria a busca por Deus, que constitui o grande privilégio do nascimento como ser humano!

      beijos meu bem!!!

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  2. Muito bacana a entrevista, gostei!
    Beijinhos
    Renata
    Escuta Essa

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    Respostas
    1. Valeu demais pela gentileza, Renata!
      beijos e muita música!!!

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  3. Gostei muito da entrevista, achei bem completa e com boas perguntas. Assim podemos conhecer um pouco mais desse músico escritor, ou: escritor músico, ou, simplesmente uma pessoa maravilhosa como é o Fabio Shiva.

    Léia Viana

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    1. Ô Léia amada, que carinho lindo!!!
      Sou muito fã dessa mulher borboleta!!!!
      beijo!!!

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  4. Oie
    Adorei a entrevista!!
    Sempre é muito bom conhecer um pouco mais do autor e a entrevista ficou ótima.
    Muito legal e linda a ideia do PULA. Parabéns.
    bjs

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    1. Olá Fernanda!
      Valeu demais pelo comentário e pelas boas energias!
      Beijo!!!

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  5. Bem diferente e muito talentoso esse autor. Adorei suas respostas. Foi um prazer conhecer e saber mais de sua obra. espero conseguir ler este livro logo. Beijos.

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    1. Oi Beth! Valeu demais, querida! Desejo que o livro possa somar de alguma forma em sua vida, espero que você curta a leitura! beijos!

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