sábado, 22 de agosto de 2015

ENTREVISTA COM O VAMPIRO – As Crônicas Vampiresca 1 –  Anne Rice  - Blog Livros e Resenhas: Sua Estante

SUA ESTANTE
Interview with the Vampire (The Vampire Chronicles #1) Ano: 1992 / Páginas: 309
Idioma: português
Editora: Rocco

“Aquela manhã, eu não era ainda um vampiro.  E eu vi meu último nascer do sol. Eu lembro completamente desse, ainda que não me lembre de nenhum  outro nascer do sol antes desse ”. (ANNE RICE, in: Entrevista com o Vampiro, 1976)


Desde que me entendo por gente lembro de estar sempre com um livro na mão e dos mais variados tipos: quadrinhos, contos de fadas, almanaques, livrinhos de pintar (e olha que nem estavam na moda e já amava!), infantis, infanto juvenis e assim por diante. Contudo, foi com o livro Entrevista com o Vampiro (Interview With The Vampire, Anne Rice, 1992, Editora Rocco, 309 p.) que tive consciência de que a literatura estaria definitivamente e irremediavelmente em um papel de destaque em minha vida.
O curioso é que cada saga dessa autora parece ser escrita por uma pessoa totalmente diferente, tamanho é a abrangência dos universos que cria. Seja na saga das Bruxas Mayfair; nos duetos As Canções do Serafim e As Crônicas da Dádiva do Lobo; no religioso Cristo Senhor ou na extrema oposta trilogia erótica gótica pouco palatável sobre o conto de fadas A Bela Adormecida; as múltiplas personalidades de Anne Rice somente se assemelham no alto nível da escrita e na complexidade de seus personagens.
E não é diferente com as Crônicas Vampirescas. Publicado pela primeira vez em 1976, Entrevista com o Vampiro, primeiro livro dessa saga alçou a norte-americana Anne Rice ao posto de “rainha do terror”. Não é à toa que a tradução do livro foi creditada a ninguém menos que Clarisse Lispector, uma das mais respeitadas escritoras brasileiras.
Alegando ser um vampiro de 200 anos de idade, Louis de Pointe du Lac narra suas memórias para um jovem jornalista: em 1790, era um rico fazendeiro de New Orleans, dilacerado com a morte do irmão. Deseja que a morte o tirasse de seu tormento, porém, é o enigmático vampiro Lestat que o encontra e tem outros planos para o melancólico Louis, transformando-o em seu companheiro imortal.
Enquanto, para o deleite do manipulador Lestat, o novato vampiro continua na sua existência pós morte martirizando-se com as mesmas questões existencialistas que o afligiam em vida, a autora recria a atmosfera da cidade estadunidense de colonização francesa, com seus portos e arquiteturas peculiares e posteriormente a própria Paris.
Esqueça romance adolescente com vampiros brilhando ao sol. As Crônicas Vampirescas – até o presente momento contendo doze livros – é uma série responsável por trazer algumas das figuras mais marcantes do imaginário popular. Assim como nesse volume somos introduzidos a Lestat que talvez só possa ser comparado em termos de importância ao próprio Drácula de Bram Stoker, temos a Cláudia, a polêmica “filha” de Louis e Lestat, que recentemente ganhou na graphic novel A História de Cláudia (Interview with the Vampire: Claudia’s Story, Anne Rice; Ashley Marie Witter, 2015, Editora Rocco, 224p.) sua própria versão dos acontecimentos de Entrevista com o Vampiro.
A adaptação cinematográfica demorou muito para chegar aos cinemas mesmo sendo um sucesso literário mundial. A produção hollywoodiana homônima de 1994 – Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles, direção de Neil Jordan – conta com excelentes atuações de Brad Pitt como Louis e Tom Cruise como Lestat. Mantém o roteiro relativamente fiel a obra original, exceto pela derrapada na escolha de Antonio Bandeiras para dar vida ao vampiro Armand, que no livro é descrito como um anjo juvenil loiro e terá grande importancia nos volumes subsequentes.
Alguns leitores podem considerar Anne Rice demasiadamente descritiva, mas acredito ser fundamental para a imersão no universo criado pela autora que, certamente, tem como ponto forte a profundidade psicológica dos seus personagens. Entrevista com o Vampiro, provando ser um clássico, continua tendo o enredo mais atual do que nunca, focando sua temática no amor – independente do gênero – morte, imortalidade, existencialismo e na condição humana. 
Escrito por: Tatiana Castro
SUA ESTANTE

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