Foi
muito feliz esse meu terceiro encontro com a prosa de Camus. A primeira vez foi
justamente com sua obra mais célebre, “O Estrangeiro”, que me marcou
principalmente pela narrativa fluida e fácil de ler (esperava algo denso e
complicado, devido à fama de filósofo do autor). Virei fã. Então encontrei uma
edição de “Calígula” no original, e me atirei à leitura, mas acabei tendo de
reconhecer a indigência de meus conhecimentos de francês e adiei meus suados
esforços para um futuro indeterminado.
Que
talvez esteja bem próximo, pelo tanto que amei a leitura dos seis contos que
compõem “O Exílio e o Reino”. Depois fiquei sabendo que esse é o único livro de
contos de Camus e também sua última obra, pois o autor faleceu precocemente em
um acidente de automóvel pouco depois que o livro foi publicado, em 1960.
São
seis contos, tão distintos entre si quanto podem ser histórias escritas pela
mesma mão. O que há de comum em todos é a elegância fácil da narrativa, que
tece ricas metáforas, nas quais acredito ter percebido sempre um mesmo e
inusitado elemento. Ao pesquisar depois, fiquei sabendo que a crítica chama
esse elemento de “absurdo”. Eu considerei como um interessante truque, que desejo
experimentar em meus próprios escritos o quanto antes: deliberadamente inserir
algo inexplicado e inexplicável, em meio a uma narrativa que de outra forma é
bem concatenada e verossímil.
Três
trechos que mais me chamaram a atenção:
“Não, ele não
a amava, simplesmente tinha medo do que não era ela.”
“A história
mostra (...) que quanto menos se lê, mais se compram livros.”
“Mas logo
compreendeu que um discípulo não era necessariamente alguém que tem aspiração a
aprender alguma coisa. Na maioria das vezes, pelo contrário, faziam-se de
discípulos pelo prazer desinteressado de ensinar ao mestre.”
Albert
Camus recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957.
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Qual é o seu tipo de
monstro? Faça o teste e descubra!
“Em nossa cidade
habitam monstros, como em todas as outras.
A diferença é que aqui
ninguém finge que eles não existem.
Há pessoas normais em
nossa cidade também. É claro.
Ser normal é só a
maneira mais ordinária de ser monstruoso.”
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Gótica”, segundo romance de Fabio Shiva:
Fabulosa postagem!!
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Se tentasse dar asas à minha alma quando vagueia
Beijo e um bom fim de semana!
Gratidão, querida!
ExcluirBjs