sexta-feira, 8 de novembro de 2019

O EXÍLIO E O REINO – Albert Camus



Foi muito feliz esse meu terceiro encontro com a prosa de Camus. A primeira vez foi justamente com sua obra mais célebre, “O Estrangeiro”, que me marcou principalmente pela narrativa fluida e fácil de ler (esperava algo denso e complicado, devido à fama de filósofo do autor). Virei fã. Então encontrei uma edição de “Calígula” no original, e me atirei à leitura, mas acabei tendo de reconhecer a indigência de meus conhecimentos de francês e adiei meus suados esforços para um futuro indeterminado.

Que talvez esteja bem próximo, pelo tanto que amei a leitura dos seis contos que compõem “O Exílio e o Reino”. Depois fiquei sabendo que esse é o único livro de contos de Camus e também sua última obra, pois o autor faleceu precocemente em um acidente de automóvel pouco depois que o livro foi publicado, em 1960.

São seis contos, tão distintos entre si quanto podem ser histórias escritas pela mesma mão. O que há de comum em todos é a elegância fácil da narrativa, que tece ricas metáforas, nas quais acredito ter percebido sempre um mesmo e inusitado elemento. Ao pesquisar depois, fiquei sabendo que a crítica chama esse elemento de “absurdo”. Eu considerei como um interessante truque, que desejo experimentar em meus próprios escritos o quanto antes: deliberadamente inserir algo inexplicado e inexplicável, em meio a uma narrativa que de outra forma é bem concatenada e verossímil.
Três trechos que mais me chamaram a atenção:

“Não, ele não a amava, simplesmente tinha medo do que não era ela.”

“A história mostra (...) que quanto menos se lê, mais se compram livros.”

“Mas logo compreendeu que um discípulo não era necessariamente alguém que tem aspiração a aprender alguma coisa. Na maioria das vezes, pelo contrário, faziam-se de discípulos pelo prazer desinteressado de ensinar ao mestre.”

Albert Camus recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957.





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“Em nossa cidade habitam monstros, como em todas as outras.
A diferença é que aqui ninguém finge que eles não existem.
Há pessoas normais em nossa cidade também. É claro.
Ser normal é só a maneira mais ordinária de ser monstruoso.”


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