sábado, 18 de janeiro de 2020

APENAS DEUS – Irmã Gyanamata



“Não há espiritualidade sem heroísmo.”
Irmã Gyanamata

Li com reverência e gratidão as preciosas páginas desse livro, uma ou duas a cada dia, procurando absorver ao máximo a profunda sabedoria dos ensinamentos ali contidos. Gyanamata foi uma das discípulas mais avançadas de Paramahansa Yogananda, que disse a seu respeito: “Ela deixou pegadas espirituais para todos seguirem”.

Foi exatamente essa a impressão que tive lendo as cartas e o diário pessoal de Irmã Gyanamata: a de estar acompanhando os passos de alguém que alcançou alta e rara percepção de Deus. Seguramente um dos melhores livros que li na vida!


Se eu tivesse que resumir essa leitura em uma única palavra, essa seria “humildade”. A princípio estranhei a frequência e a intensidade com que a Irmã fustigava a si mesma, depreciando-se com ásperas palavras de autorrecriminação. Curiosamente, só fui entender isso um pouco melhor com a leitura da vida de outro grande santo (em sânscrito, a palavra “santo” significa “devoto, alguém que ama a Deus”), o brasileiro Chico Xavier, que possuía o mesmo hábito de se diminuir, chegando muitas vezes a se apresentar como “Cisco Xavier”.

Ocorre que uma das principais armadilhas de todo caminho espiritual é a vaidade. Não é preciso ser Chico Xavier ou Irmã Gyanamata para experimentar esse teste: basta fazer qualquer pequeno progresso espiritual (tal como passar a frequentar algum grupo religioso, iniciar uma prática de meditação ou mesmo conseguir abandonar algum mau hábito) para nos sentirmos cheios de sabedoria e virtude, maiores, melhores e mais perfumados que todos ao nosso redor. Para aplacar as marolas que essas pequenas realizações provocam em nossas restritas consciências, nada melhor que o exemplo de mentes oceânicas como as de Chico e Gyanamata, que permanentemente combatiam o ego para melhor poder expressar o Eu.

O título original dessa incrível obra é “God Alone: The Life and Letters of a Saint”. Lamentavelmente, parece que não se encontra disponível em português. O exemplar que li, recebi das mãos de minha amada madrinha de casamento na SRF, Beatriz, uma tradução não oficial feita por discípulos de Yogananda em Salvador há mais de vinte anos. Era a encadernação xerocada de um original datilografado! Isso tornou a leitura mais especial e saturada de devoção, ainda mais quando eu soube que o responsável pela datilografia foi o saudoso Arismar, pai de meu querido Manoji, Axel Guedes.

Jai Guru!

“Aja como faz quando quer iluminar um quarto escuro. Você não briga com a escuridão. Simplesmente introduz a luz, e as trevas se dissipam.”
Irmã Gyanamata



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MANIFESTO – Mensageiros do Vento
http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5823590

Um experimento literário realizado com muita autenticidade e ousadia. A ideia é apresentar um diálogo contínuo, não de diversos personagens entre si, mas entre as diversas vozes de um coral e o leitor. Seguir a pista do fluxo da consciência e levá-la a um surpreendente ritmo da consciência. A meta desse livro é gerar ondas, movimento e transformação na cabeça do leitor. Clarice Lispector, Ferreira Gullar, James Joyce e Virginia Woolf, entre outros, são grandes influências. Por demonstrarem que a literatura pode ser vista como uma caixa fechada, e que um dos papéis mais essenciais do escritor é, de dentro da caixa, testar os limites das paredes... Agora imagine esse livro escrito por uma banda de rock! É o que encontramos no livro MANIFESTO – Mensageiros do Vento, disponível aqui. Leia e descubra por si mesmo!

http://www.recantodasletras.com.br/e-livros/5823590

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