quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA – Paulo Freire




Uma vez que os livros de Paulo Freire passaram a vender mais durante o governo Bolsonaro (https://epoca.globo.com/guilherme-amado/venda-de-livro-de-paulo-freire-aumenta-durante-governo-bolsonaro-23918581), resolvi aderir à moda e ler essa que é uma de suas principais obras. Li com o objetivo de sanar uma dúvida minha. Afinal, um pensador do quilate de Paulo Freire, que obteve tanto reconhecimento na área da Educação (da qual nosso país é tão carente) a ponto de ser estudado nas principais universidades do planeta, deveria ser um herói nacional, reverenciado por todos os brasileiros e recebendo honrarias pelo menos iguais às reservadas aos ídolos do futebol. Por que cargas d’água, então, justamente os que mais gostam de dizer que são patriotas parecem ter verdadeiro horror a Paulo Freire? O que há nas ideias do Professor que incomoda tanto Bolsonaro e seus filhotes?

Não precisei ler muitas páginas de “Pedagogia da Autonomia” para encontrar a resposta. Imagine, por exemplo, um livro que fala dos benefícios da luz solar para a saúde do corpo e da mente, sugerindo exercícios diários ao ar livre e enfatizando como é sempre melhor examinar as coisas sob a luz direta do sol... Então imagine como um livro desses seria recebido por uma comunidade de vampiros!

Nada mais natural que Bolsonaro tenha medo de Paulo Freire como o Drácula foge da cruz. Cada frase desse livro é um desmascaramento da feiura e injustificável malvadez de todo autoritarismo. Com sua fala mansa e heroica, o professor Paulo Freire denuncia implacavelmente a vilania e o cinismo que tantas vezes se disfarçam como discursos em defesa da “moral e dos bons costumes”.

Desafio qualquer um que considere Paulo Freire um “energúmeno” a refutar suas ideias, não pela grosseira dos xingamentos ou pela violência de botas e cassetetes, mas pela força lógica de argumentos contrários. Creio que ninguém ficaria mais feliz com esse debate que o próprio Paulo Freire, esse grande brasileiro defensor da democracia.

“Não se pode falar em educação sem amor.” – Paulo Freire





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“Em nossa cidade habitam monstros, como em todas as outras.
A diferença é que aqui ninguém finge que eles não existem.
Há pessoas normais em nossa cidade também. É claro.
Ser normal é só a maneira mais ordinária de ser monstruoso.”


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