Tive a felicidade e a honra de participar do processo editorial dessa
bela obra, por isso em minha resenha quero falar um pouco das percepções que
tive a partir desse privilegiado ponto de vista.
Começando pelo próprio autor: Dan Gomez é um artista, no sentido mais elevado dessa palavra, conforme definida por Ezra Pound quando disse que “o artista é a antena da raça”. Ocupado em captar e transmitir a Beleza por trás dos amores e dores do mundo, seu olhar reflete um brilho distante e esquivo, como se o poeta não tivesse tempo nem disposição para se deter nas mesquinharias da vida. Dan Gomez é uma alma leve e perfumada, o que sentimos como evidência intuitiva ao ouvir uma de suas luminosas canções, que parecem feitas sob medida para a voz doce de menino, que embala a gente em sonhos de dias e mundos melhores.
Pois Dan Gomez primeiro trilhou os caminhos da Arte como músico, e “A Outra Face de Mim” é justamente o Dan Poeta, profundamente interessado na vida, nas infinitas nuances do amor sensual, no sublime chamado da Poesia, na libertação de si e de seu povo. Multicoloridas facetas tem essa face, como bem expressa Ana Luzia Batista Almeida em seu lírico prefácio:
“Para lermos a obra de Dan Gomez, precisamos, de modo reverente e com cuidado de quem guarda nuvens, sentir cheiros, ouvir murmúrios, enxergar súplicas, estremecer com o riso das palavras. Delas saber, apenas, o pouco que nos cabe. Impossível decifrar a sua face invisível, o seu recanto místico. Afinal, a poesia insiste, solerte, nessa matéria universal de impermanências. Despidos, então, de qualquer pretensão de desvendar o insondável, poderemos, sim, leitores que somos, comungar a vida em dueto de temporais e calmarias na escritura poética de ‘A Outra Face de Mim’.”
Gratidão pela Poesia de Dan Gomez, o “poeta dos pés de tangerina”, como ele descobre em um de seus lindos poemas:
“BAGUNÇA
Eu percorri tantas fontes
Vazava luz sobre a minha pele
E a mão do mundo me acolheu.
Arrepio calculado
Que me permite contratempo.
A teia não sufoca a aranha
Nem arranha os velhos telhados opacos.
Águas de mágoas não lavam
Nem abrem constelações
Criam infinitas crostas de desilusões.
Fito o horizonte
E um monte de pensamentos me aquieta.
Os colibris bailam na borda das flores
Eu nem percebi
Que os meus pés cheiram a tangerina.
A minha sina é brisa de solidão
Quando o meu olfato não sente
O fino e delicado cheiro da tua pele.
E as borboletas sopram o teu corpo
Com o leque colorido de suas asas.”
\\\***///
– CURA POÉTICA 2 –
Inscrições
abertas
Premiação de
R$ 500,00 para o melhor poema
https://www.verlidelas.com/cura-poética-2
Organizada por
Fabio Shiva e Sergio Carmach, esta antologia será a quarta da série “Delirium
Liricus”, que compara cada poesia a uma pílula, classificando-as como remédios
(quando mais otimistas), venenos (quando mais pessimistas) e placebos (quando
feitas para divertir, encantar).
Sendo a poesia
uma ótima forma de se curar feridas da alma, a antologia “Cura Poética 2” é
mais uma oportunidade para os poetas extravasarem o que trazem dentro de si
nessa longa época de incertezas em que vivemos. Componha sua poesia - seja ela
um remédio, um veneno ou um placebo - e nos envie.
Confira o
edital:
https://www.verlidelas.com/cura-poética-2
Teaser:
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