domingo, 5 de junho de 2011

Bipolar - Memórias de Extremos por Terri Cheney

Bipolar: Memórias de Extremos
Terri Cheney - Editora Larousse - 208 páginas

Sinopse:
"Em um momento, Terri Cheney está agachada sob sua mesa em seu escritório em Beverly Hills, paralisada pela depressão; no momento seguinte, está empinando pipas à beira de um penhasco, sob uma violenta tempestade. Em outro momento, ela está tomando uma dose excessiva de analgésicos com tequila, e depois está perdidamente apaixonada. Bonita, extremamente bem-sucedida e brilhante, Cheney - como outros 10 milhões de pessoas, apenas nos Estados Unidos - sofre de transtorno bipolar, um terrível segredo que quase a matou.

A autora revela os efeitos causados por essa devastadora doença sobre si e sobre aqueles que a cercavam. Desde as múltiplas tentativas de suicídio, experiências de quase morte, noites na cadeia e exploração sexual, passando por amizades rompidas e pelo tratamento de eletrochoque, Bipolar é o retrato de uma vida vivida em extremos, uma inesquecível viagem numa montanha-russa."


Minha resenha:

Esse livro é maravilhoso para tentar entender o conflito constante que é ter a bipolaridade. Realmente o termo maníaco-depressivo não é justo com as pessoas que sofrem desse mal e o esse novo conceito bipolar é mais adequado.

Não sei até que ponto a autora escreveu sua autobiografia com verdade ou se há algo ficcional para o livro ser mais atraente. Mas uma coisa eu digo: o livro é atraente demais, não só pela capa ou pelo título ou pelo tema e sim pelo conteúdo.

A leitura é dinamica e simples, até rápida e a autora dividiu em capítulos aonde cada um é um acontecimento em sua vida, sem se preocupar com a ordem cronologica, e sim com o fato, até porque algumas coisas nem ela saberia. Isso faz da narrativa especial, pois o que importa são os momentos dela com o distúbio e não a ordem das coisas. E dá um charme especial a história, o leitor não sabe quando tudo vai acabar e também não se sabe oque esperar do próximo capítulo.

Ela é bastante sincera, não esconde seus próprios defeitos, erros e quedas e eu simpatizei bastante com isso, com essa sinceridade pura que poucos autores tem ao escreverem sua própria história. E em momento algum ela é apelativa, como alguns outros são, incluindo sexo, drogas ou bebidas para prender o leitor. É claro que encontramos tudo isso no livro mas a forma como são descritas as situações é que o diferencia de outros livros autobiográficos que existem por aí.

Você sofre junto com ela, o drama que é ser uma pessoa num momento e em seguida ser o oposto e como os bipolares dizem, na verdade os dois opostos são você ao mesmo tempo em que o se eu verdadeiro não tem a chance de se manifestar e controlar a situação.

Quando, em raros momentos, ela não está maníaca nem depressiva ela mesma diz não se reconhecer ao se olhar no espelho, fica perdida.

A maníaca pode faz e fala tudo, sem medo, sem censura, sem pudor. Com isso ela ganha causas nos tribunais, conquista qualquer homem que deseja e veste-se com muita sensualidade. Fica podederosa. Mas há o lado ruim: gasta todo o dinheiro, fala o que não querem ouvir, perde a noção do perigo e da realidade, podendo se machucar e machucar aos demais.

Como depressiva ela não tem vontade de fazer nada, e não acredita que fez certas coisas antes, tem medo da vida e de viver podendo até mesmo se suicidar.

Há fatos que chamam muito a atenção no livro, como as tentativas de suicídio, o sexo como se fosse um animal, sua convivência com os remédios, suas internações e seus muitos dias sem comer absolutamente nada.

Bom para quem não compreende essa doença, para quem conhce alguém com esse mal e principalmente para os que são preconceituosos com pessoas que sofrem problemas psicológicos.
Página do livro no Skoob.


A autora.

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