Se Agatha Christie é a Rainha, P. D. James é a Imperatriz!
Dito isso de outra forma: imagine que Agatha Christie e Virginia Woolf entraram na câmara de fusão genético-molecular. O incrível monstro literário que saiu da máquina atende pelo nome de Phyllis Dorothy James.
P. D. James poderia facilmente dedicar-se à chamada “alta literatura”, caso essa fosse sua vocação. Para imensa alegria dos fãs de romances policiais, no entanto, essa distinta senhora inglesa demonstra ter um gosto por sangue...
E se for “Sangue Inocente”, ainda melhor! Pela primeira vez tive a oportunidade de ler um livro dela no original (“Innocent Blood”). Fiquei muito impressionado pela força e vivacidade da prosa, pela riqueza das descrições, e sobretudo pela profundidade dos personagens. Nunca antes me senti assim ao ler um romance policial: a habilidade da autora faz com que o leitor compreenda e se identifique com as motivações de todos os personagens, inclusive dos que em um romance policial tradicional seriam tachados como “vilões”.
Ao chegar à maioridade, Philippa Palfrey finalmente pode ter acesso à verdade sobre sua origem. Filha adotiva de um eminente sociólogo, Phillippa fantasiou muito sobre quem seriam seus verdadeiros pais. A realidade, no entanto, é bem menos glamorosa que suas ricas fantasias de menina inteligente. Philippa é confrontada com uma descoberta chocante, e isso poderá levar a consequências ainda mais funestas.
P. D. James expande as fronteiras do romance policial. Se alguém elevou a ficção policial ao patamar da alta literatura (além, é claro, de Rubem Fonseca), esse alguém foi ela.
Muuuito bom!!!
(14.08.11)
Entrevista com a autora em seus noventa anos (infelizmente, sem legendas):
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