segunda-feira, 31 de outubro de 2011

DEMIAN – Hermann Hesse


Essa segunda leitura foi ainda mais impactante que a primeira. A tocante narrativa de um homem em busca de si mesmo. Um livro belo e poético. Só que a beleza que esta obra esbanja não é a beleza inofensiva (se é que existe algo assim como uma beleza inofensiva) de um campo florido, mas sim a beleza das cataratas e imensas quedas d’água, com suas vertigens e seus abismos. Afivele bem o cinto de segurança antes de mergulhar em Demian, pois este é um livro repleto de aventura, drama e suspense. Só que a aventura é espiritual, o drama é ontológico, o suspense é existencial.

Que ser é esse que se intitula Hermann Hesse? Como é possível abarcar o fundo do poço e o topo da montanha em um único e magnânimo olhar? Desconfio que não seja humano, esse tal de Hesse. Ou talvez, ao contrário, ele seja humano demais, demasiado humano.

Nietzsche é influência explícita neste pequeno grande livro, que narra acontecimentos do início do século XX, mas possuem aquela qualidade essencial que torna a narrativa atemporal. Este é um livro sobre a busca pela essência, pela verdade, pelo que quer que haja de real na existência humana. Essa busca está longe de ser pacífica ou tranqüila. Por isso acautele-se o leitor: o livro é maravilhoso, mas deixa cicatrizes!

Como curiosidade, vale acrescentar que Hesse escreveu este livro icógnito, sob o pseudônimo de Emil Sinclair, que supostamente narra sua própria vida nas páginas do livro. Somente depois que o livro tornou-se um grande sucesso em toda a Europa é que a autoria de Hesse foi descoberta. E quem é Demian, afinal? Ninguém menos que “Daemon”, o único guia autorizado para o verdadeiro eu.


6 comentários:

  1. Well, conseguiste torcer alguns miolinhos aqui no meu cérebro com esse finalzinho da resenha, rsss... =D

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  2. 1313
    "Um livro belo e poético", resume tudo de incrível que é este livro. Quem não leu, leia o mais rápido possível.

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  3. O Jogo das Contas de Vidro mudou minha vida.

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  4. Adoro esse alemão, e essa obra editada em 1919...Tive a sorte de poder relê-lo na lingua mãe ...em alemão, o que foi muito diferente da primeira leitura traduzida. Que posso dizer de cadeira que distorce muitoooo a obra, com palavras e sentimentos que não podem ser traduzidas com a mesma força do original.

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