domingo, 5 de fevereiro de 2012

IRACEMA – José de Alencar



Viva viva viva!!!

Viva José de Alencar!!!

Li “Iracema” pela primeira vez na escola, aos 14 anos. Detestei, detestei, detestei! Por essa época eu só queria ler as aventuras de Holmes e Poirot, além de dúzias e dúzias (literalmente) dos volumes da série Perry Rhodan! Uma história de amor, com índios ou não, definitivamente não fazia a minha cabeça... e a obrigação de ler tendo que decorar coisas que poderiam cair na prova não ajudou a tornar a leitura mais agradável.

Mas eu sabia que o problema era meu, e não do livro. Ou melhor dizendo, o problema é da escola, do sistema de ensino que insiste nesse método de tortura pensando que está incentivando alguém a ler... Pois nessa idade eu já amava José de Alencar por conta própria, dos 11 aos 13 li “O Guarani”, “Lucíola”, “Diva”, “Ubirajara”, “Til”, “O Tronco do Ipê”, “Cinco Minutos e A Viuvinha”, “A Pata da Gazela”... e adorei todos, só de “Iracema” não gostei.

Anos depois, a chance de desfazer o equívoco! Reli, e agora com prazer genuíno, uma bela prosa poética (ou poema em prosa), nascida de uma proposta artística ousada e, principalmente, muito verdadeira. A ambição de José de Alencar é reconstruir o espírito do povo indígena através do mergulho em sua linguagem. O resultado desse não pequeno esforço é uma obra única, de mérito inegável. Não porque José de Alencar atinge sua meta, mas justamente onde ela deixa de ser cumprida! Ninguém definiu melhor esse delicioso paradoxo como Manuel Bandeira: “tão pouco índio, mas tão brasileiro!”

O autor mergulhou tão fundo na língua dos índios que o livro é acompanhado por um extenso glossário, que demonstra bem a minúcia e a grande ponte linguística traçada nesse livro. Como são muitas as palavras de origem indígena, achei melhor ler primeiro cada capítulo inteiro e só depois ler o glossário, para não ficar interrompendo a leitura a cada parágrafo (foi um dos motivos de não ter gostado da leitura da primeira vez).

Iracema é o retrato muito vivo de um lindo amor incondicional, que atinge uma devoção sem limites. Não importa que uma Iracema de carne e osso seja altamente improvável. O amor que a fez ganhar vida nas páginas continua inspirando leitores até hoje em dia.

3 comentários:

  1. Um dos melhores livros que li, um verdadeiro romance!!!!!!Boa resenha,foi bom relembrar da "Virgem dos lábios de mel".

    Um Xero,Ana.

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  2. Parabéns flor, pela postagem!
    É necessário divulgarmos os clássicos!
    Flor, essa capa me lembrou da escola, rs, eu tinha um igual! ^^
    Adorei!!!!!!
    bjs

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  3. Gostei de passar por aqui. Vou voltar mais vezes. Parabéns pelo blog. bjs

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