Imagine ler um livro durante mais de dois anos, uma ou duas páginas por dia. A cada página, um novo encantamento, reflexões profundas, questionamentos, aprendizados sem conta... E um belo dia, de repente, não mais que de repente, você termina a leitura!
Todo livro que amamos deixa um sabor agridoce ao final da leitura. Por um lado é bom, pois é mais uma etapa cumprida, mais um ciclo fechado. Por outro lado, que pena que acabou!
Com meu tão amado Gita não poderia ser diferente. A solução para o sentimento de perda foi começar a ler de novo do começo. Poderia passar muitas vidas lendo esse livro!
O Gita começa com o rei cego Dhtarastra ouvindo a descrição que Sanjaya faz do campo de batalha de Kuruksetra. Tive a sorte de ler uma interpretação a respeito na excelente comunidade Srimad Bhagavad Gita. O rei Dhtarastra representa o homem em seu estágio inicial de ignorância, um soberano cego. Das trevas da ignorância para a luz do conhecimento: esta é a jornada proposta pelo Bhagavad-Gita.
O conceito de divindade para o hinduísmo pode ser útil para apreender melhor a proposta do Gita. Para os hindus, Deus se manifesta de três modos diferentes:
1) Deus é Brahman – o Absoluto. É o impessoal, o inquantificável, a essência abstrata. Para efeito de analogia, Brahman é como o céu, pois existe, está lá, mas nós não podemos determinar onde ele começa nem onde termina e muito menos “pegar” ou “segurar” o céu.
2) Deus é Paramatma – a manifestação divina em cada ser. Dentro de cada um de nós, Deus resplandece como centelha divina. A saudação em sânscrito “namastê” é o belo reconhecimento de Paramatma. Uma possível tradução para “namastê” é “o Deus dentro de mim reconhece e saúda o Deus dentro de você”.
3) Deus é Bhagavan – a Suprema Personalidade de Deus. Deus se manifesta como um ser individual, Bhagavan Krishna.
Esses conceitos ficaram sambando um pouco em minha mente a princípio. Logo, porém, percebi o óbvio: Brahman, Paramatma e Bhagavan são apenas nomes diferentes para o Pai, o Espírito Santo e o Filho!!! É minha opinião pessoal que a própria semelhança fonética entre Krishna e Cristo não se trata de mera coincidência...
Chegará o dia em que todas as religiões se reconhecerão como irmãs. Chegará o dia em que a ciência e a religião caminharão juntas na busca do verdadeiro conhecimento. Espero viver para ver esse dia!!!
HARE KRISHNA!!!
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