quarta-feira, 4 de abril de 2012

O PODER DO TANTRA – Dr. Narayandutta Shrimali


Um intenso desejo de aprender mais sobre o Tantra fez chegar às minhas mãos esse inusitado livro.

Mas o que vem a ser o Tantra?

A princípio eu só ouvia falar da modalidade de Tantra que é mais conhecida por nós, ocidentais, que é a relacionada com a sexualidade, com a vivência do sagrado através do sexo. Praticando o Tantra sexual, um homem pode aprender a dissociar a ejaculação do orgasmo e controlar à vontade a emissão do sêmen.

Recentemente, ao ler “O Sentido da Vida” de Dalai-Lama, tive contato com uma concepção bem diferente: o “tantra ioga insuperável”. Confesso que quase nada consegui vislumbrar a respeito, pois a explanação do Dalai-Lama já pressupunha um conhecimento prévio.

Esse “O Poder do Tantra” fala ainda de uma outra modalidade. O livro foi publicado em 1988 na Índia, em inglês (“The Power of Tantra” no original). Está classificado como “não-ficção”, mas no prefácio mesmo recebemos a informação de que o texto contém episódios que misturam “fatos e imaginação”. Trata-se mesmo de uma obra bem estranha.


A primeira parte narra uma Convenção Tântrica que teria ocorrido em Kamakhya, a primeira do tipo a ser realizada em mais de 5.000 anos. A mera descrição dos participantes já evoca todo o exótico que a mente ocidental associa com a Índia: hatha-iogues emaciados, tão magros que seus dedos parecem gravetos, agoris cobertos de cinza e de expressões assustadoras, ascetas inteiramente nus ou vestidos com colares feitos de crânios humanos. Quando começamos a travar contato com o que essas incríveis figuras são capazes de fazer, ficamos sabendo um pouco mais sobre as complexas práticas que se acomodam sob a denominação comum de “Tantra”.


“Tantra” pode ser um conjunto de práticas ou rituais realizados com o objetivo de adquirir “siddhis” (“poderes”). A lista de siddhis é extensa e desafia a nossa credulidade: teleportação, telepatia, levitação, hipnose e até mesmo ser capaz de matar uma pessoa com o mero pensamento.


Pelo que pude entender, essas práticas são conhecidas como Tantra da “mão esquerda”. O Tantra da “mão direita” está ligado unicamente ao progresso espiritual, sendo por isso também citado como vidya tantra (tantra do conhecimento).

Por total sincronicidade, li recentemente comentários de Buda, Sai Baba e Yogananda condenando a busca de tais poderes. O que me fascina aqui é que essa mera condenação confirma que eles existem mesmo! É como se a humanidade sofresse de algum tipo de amnésia e esquecesse suas origens, sua real capacidade, seus infinitos horizontes. Por isso é preciso lembrar tudo de novo.

A narrativa do congresso tântrico é supostamente feita por Yogi Gyananda, que na ocasião conhece e torna-se discípulo de Narayandutta Shrimali. As duas partes seguintes do livro compreendem correspondências de Shrimali com sua esposa, guru e discípulos e, em seguida, a descrição de oito rituais tântricos para aquisição de poderes. O mais fácil deles envolve ficar um mês inteiro dentro de um rio recitando mantras dia e noite. Moleza!!!


A veracidade ou não desse curioso livro é o que menos importa. Fascinante, para mim, foi o contato com panoramas ainda quase totalmente desconhecidos, e que minha alma anseia descobrir. O desejo de aprender me trará novos livros.

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