domingo, 3 de junho de 2012

CHANGI – James Clavell



James Clavell possui o inegável e raro talento de realmente transportar o leitor para dentro de sua história. Desde o momento em que li a primeira página desse impressionante relato, e até chegar ao final, a cada vez que abria o livro era como se o tempo e o espaço fossem magicamente distorcidos para me levar até o campo de prisioneiros de Changi, em Singapura, durante a Segunda Guerra Mundial.

“Changi” é o título em português para essa obra que no original chama-se “King Rat” (“Rei Rato”). Ao pesquisar agora na Internet, descobri que o autor efetivamente foi capturado durante a guerra e aprisionado no campo de concentração japonês de Changi. Isso explica muita coisa: a vívida intensidade da narrativa, a riqueza na descrição de detalhes e situações, o profundo conhecimento demonstrado pelo autor a respeito da alma japonesa, demonstrado também em outros livros, dos quais li e adorei “Xogum”.

“King Rat”, publicado em 1962, foi o romance de estreia de Clavell. Melhor que esse, a respeito da segunda guerra, só posso citar “Os Nus e os Mortos”, também uma colossal estreia, escrito por Norman Mailer. Os dois livros demonstram de forma eloquente a estupidez imensa, o desperdício gigantesco, o horror incomensurável da guerra. Duas grandes obras da literatura mundial!

A contracapa da edição que li traz um excelente resumo da história:

“Durante a Segunda Guerra Mundial o bastião inglês na Ásia era Singapura. A queda da cidade significou a perda das Índias Orientais – e dos exércitos Aliados. Cerca de 150.000 jovens soldados foram capturados e apenas um em cada quinze iria sobreviver aos longos três anos e meio até o dia da Vitória.



Ambientado em Changi, o mais famoso campo POW [de “prisioner-of-war”, prisioneiros de guerra] na Ásia, KING RAT é uma heróica história de sobrevivência. Este relato adaptado para a ficção vem de um mestre na arte de contar histórias que atravessou esses anos como um jovem soldado.
KING RAT mostra como apenas um homem em cada quinze teve a força, a sorte ou a esperteza que significavam sobrevivência, porque apenas um homem era Rei [King]... e porque ele era um americano.”

Um extrato de crítica do New York Times também me chamou a atenção:

“James Clavell é um observador brilhante...”

Isso é muito significativo! Essa é uma história que passa muita veracidade, porque James Clavell soube realmente enxergar por detrás dos horrores e sofrimentos, para então devassar as motivações, fraquezas e grandezas humanas.

Um livro forte e inesquecível!


A pesquisa na Internet trouxe ainda uma curiosidade: James Clavell foi também um bem sucedido diretor de cinema, tendo feito os clássicos “Ao Mestre com Carinho” e “A Mosca da Cabeça Branca” (que depois foi refilmado como “A Mosca”).


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