sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A FAMOSA HISTÓRIA DA VIDA DO REI HENRIQUE VIII – William Shakespeare


Realmente procede o título de “famosa”... de todos os reis retratados por Shakespeare em seus dramas históricos, certamente o mais conhecido é o Henrique VIII, não tanto por seu reinado, mas por ter se casado seis vezes, e por ter recorrido ao machado do carrasco para providenciar dois de seus “divórcios”...

Talvez por ser uma história mais próxima da época do próprio Shakespeare, o Bardo não tenha podido recorrer tanto à sua imaginação poética para trazer mais dramaticidade à história. E não podia, certamente, expor esse lado mais sinistrão do Henrique VIII, que na peça posa de soberano bom moço.

O resultado é que a peça é super envolvente até o terceiro ato, mas depois o ritmo cai drasticamente. Os méritos vão todos para o vilão Wolsey. Já até havia esquecido da força dos vilões de Shakespeare! Cada um deles tem sua característica própria, seu charme peculiar... No caso do Cardeal Wolsey, acho que o Bardo emprestou toda sua fina poesia para adoçar e embelezar a fala e o veneno de cobra coral do vilão. Dá uma raiva danada ver como Wolsey consegue distorcer tudo com sua eloquência e transformar o bem em mal e vice-versa.

Só que a situação de Wolsey é resolvida logo no terceiro ato. E daí pra frente é só anticlímax. As novas tramas e complôs que surgem são fracas em comparação. Curiosidade foi ver o Thomas More (autor de “Utopia”) aparecendo de relance na peça.

Shakespeare concentra-se nos dois primeiros casamentos de Henrique VIII, com Catarina de Aragão e depois com a igualmente célebre Ana Bolena. Como o rei é retratado como bonzinho, a peça termina antes que Ana Bolena fosse decapitada para que o rei pudesse se casar pela terceira vez...

Aliás, saindo um pouco do terreno da peça, que bizarro é saber que a Igreja Anglicana foi fundada unicamente para que Henrique VIII pudesse se divorciar e se casar novamente à vontade... somente mais uma das loucuras que os homens fizeram ao longo da história sob a alcunha de “religião”. Muito muito muito bizarro!!!


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